F1 – Proibir o modo de classificação das UPs é coisa de várzea…

quinta-feira, 13 de agosto de 2020 às 17:53

UP Mercedes 2019

Por: Adauto Silva

A proibição do “modo festa” de classificação que quase certamente começará no GP da Bélgica em Spa foi o assunto que dominou a coletiva de imprensa hoje em Barcelona. Alguns pilotos são a favor, outros contra e ainda outros argumentam que isso não importa tanto.

Na verdade, somente Lewis Hamilton e Kimi Raikkonen disseram que isso não vai fazer muita diferença. Kimi inclusive “entregou” que sua Alfa Romeo – que usa UP Ferrari – nem tem mais modo de classificação, o que necessariamente determina que a UP Ferrari de 2020 não tem mais um modo de classificação…

Mas todos os outros pilotos que usam UP Ferrari e que se beneficiaram tremendamente do modo festa no motor ilegal de 2019 são a favor da proibição agora. Por que será?

Dois ‘contra” a proibição que muita gente talvez não esperasse são Daniel Ricciardo e Pierre Gasly. O primeiro usa a UP Renault; o segundo Honda.

O que é o chamado ‘modo festa’?
O “modo festa” nada mais é do o piloto usar a potência máxima que todos os componentes de sua UP podem dar durante uma volta, ou seja, o motor de combustão interna em sua plenitude, o limite de 100 kg/h de combustível usado na volta inteira, a turbina girando até o limite de não flutuar e o ERS despejando toda a potência elétrica durante uma volta, a ponto do carro ficar com as baterias zeradas assim que acaba a volta voadora no Q3 e muitas vezes no Q2.

Potência máxima do motor
Daniel Ricciardo afirmou na coletiva de imprensa antes do fim de semana do GP em Espanha que é inicialmente contra a proibição. Isso se deve ao fato de que na classificação ele gostaria de ter tudo o que o motor tem à sua disposição. Ao mesmo tempo, ele ainda não conhece os detalhes específicos da regra, então não pode fazer um julgamento final sobre ela. É aqui que seu companheiro de equipe, Esteban Ocon, o segue.

Ele foi apoiado por Pierre Gasly, que também afirma que prefere tirar o máximo proveito da sua UP no sábado. Seria uma “pena” segundo o francês se isso for proibido. Isso não é surpreendente, porque a expectativa geral é que as equipes que rodam com motores Honda estivessem aproveitando ao máximo o modo de classificação do motor japonês.

Do ponto de vista técnico, é absurdo
Proibir o modo de classificação é punir a competência. Todas as fabricantes de motores disputam sob as mesmas regras de UP desde 2014 e, portanto, no sétimo ano desses motores, todas elas tiveram as mesmas oportunidades de melhorar suas UPs tanto em corrida quanto em classificação. Proibir a partir de agora porque a Mercedes conseguiu um avanço maior – porque desenvolveu melhor – parece um casuísmo de várzea, que não combina com a F1.

O que vai acontecer se a Mercedes continuar fazendo quase todas as poles depois dessa proibição? Vão proibi-la de usar os pneus mais macios no Q3?

Ponto de vista esportivo
No próximo fim de semana as equipes ainda poderão se classificar desta forma ilustre, então isso não vai mudar no curtíssimo prazo. Somente em duas semanas em Spa-Francorchamps será possível ver o efeito e então poderemos determinar se esta regra realmente vai mudar alguma coisa.

De qualquer maneira, mudando ou não, também é absurdo do ponto de vista esportivo. Seria como se o Los Angeles Lakers da NBA fosse proibido de colocar LeBron James em quadra nos minutos finais para tentar decidir as partidas em favor dos Lakers.

Várzea.

Adauto Silva
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