F1 – Por que a Ferrari demitiu Marco Mattiacci

terça-feira, 25 de novembro de 2014 às 9:53

Marco Mattiacci

A Ferrari havia admitido abertamente que sua grande reestruturação precisa de tempo, portanto a demissão do chefe Marco Mattiacci após apenas oito meses surpreendeu a Fórmula 1.

Nos bastidores, parecia que Mattiacci estava fazendo as mudanças corretas. Ele foi ousado e concordou com a saída de Fernando Alonso se ele não oferecesse o comprometimento necessário para permanecer na Ferrari. Foi o acordo de Mattiacci com Sebastian Vettel que deixou a Red Bull chocada, disse a Autosport.

Ele se livrou de membros da equipe técnica que não considerava bons o suficiente, contratou homens importantes para o futuro e deu apoio total aos que acreditava que são essenciais, como James Allison.

Mattiacci demonstrou coragem política – iniciando um esforço para o alívio do congelamento dos motores que deu origem a uma grande batalha em relação ao regulamento das unidades de potência e buscando uma reformulação mais ampla da Fórmula 1, com os testes e o envolvimento dos fãs na agenda.

Entretanto, não foi o suficiente para o presidente da Ferrari, Sergio Marchionne, que é conhecido por ser decisivo. A nomeação de Maurizio Arrivabene como substituto de Mattiacci foi uma escolha inteiramente dele.

Uma carta enviada aos membros da Ferrari oferece detalhes a respeito de sua motivação, indicando que os maus resultados de 2014 ou as dúvidas em relação à reestruturação não foram os fatores determinantes. A preocupação de Marchionne é ter o homem certo para levar a Ferrari de volta a um papel central na Fórmula 1.

“Estou totalmente comprometido a garantir que a Ferrari mantenha sua posição de influência no governo da Fórmula 1”, escreveu Marchionne.

A capacidade de influenciar os corredores do poder da Fórmula 1 parece fundamental na mudança. Acredita-se que Mattiacci não era tão próximo do todo poderoso Bernie Ecclestone quanto outros chefes da Ferrari. Há sugestões de que Mattiacci inclusive irritou Ecclestone com sua estratégia e suas exigências de mudanças mais amplas na categoria.

Em Arrivabene, a Ferrari tem alguém que não só sabe como Ecclestone trabalha, mas que tem sido um de seus maiores aliados há décadas graças ao seu cargo na Philip Morris. Arrivabene faz parte da Comissão da Fórmula 1 há anos, então sabe como a categoria funciona e conhece as melhores maneiras de influenciar seu futuro.

Como Marchionne escreveu: “Maurizio tem uma riqueza única de experiências. Além de seu relacionamento de longa data com nossa equipe, ele também foi um membro da Comissão da Fórmula 1 e está ciente dos desafios que estamos enfrentando”.

“Ele tem uma compreensão profunda dos mecanismos de governo e exigências da categoria, do nível de competição e dos desafios do circuito. Também tem sido uma fonte constante de ideias inovadoras para a revitalização da Fórmula 1”.

“Em Maurizio, vejo as qualidades de alguém que lidera por meio de seu forte exemplo pessoal, seu profissionalismo e a integridade de suas decisões – resumindo, pelo tipo de pessoa que é”.

Marchionne sabe que o sucesso nas pistas não virá rapidamente, mas grande parte da reestruturação já está concluída. Só é preciso paciência. Se a Ferrari tiver uma influência geral maior na Fórmula 1, talvez ela possa introduzir maneiras de se tornar mais competitiva.

Assim como Mattiacci queria um piloto focado no que é melhor para a Ferrari, Marchionne decidiu que Arrivabene é o melhor homem para fazer isso em seu cargo de comando.

“Todos nós sabemos como um espírito de equipe saudável é importante, particularmente neste momento”, escreveu ele. “Esse tipo de espírito só pode vir de um grupo de pessoas que acredita firmemente em um projeto e está preparado para compartilhar o comprometimento, os sacrifícios e os resultados”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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