F1 – Pneus macios e supermacios para o último grande prêmio da temporada

sexta-feira, 21 de novembro de 2014 às 12:00

Paul Hembery

O último grande prêmio da temporada acontecerá em Abu Dhabi, com pneus macios e supermacios, um grau mais macio do que os médios e macios selecionados para esta corrida no ano passado. Yas Marina é um circuito que a Pirelli conhece bem, tendo realizado alguns testes privados ali, antes de entrar na Fórmula 1, em 2011. O circuito de Abu Dhabi também é muito usado para os testes oficias. Este ano não será exceção, com os últimos dois dias de testes da temporada acontecendo logo após a corrida, na terça e na quarta-feira.

A superfície da pista é bem suave, com muitas curvas de 90º. A outra caraterística marcante desta etapa é que, como no Bahrain, a corrida começa no fim da tarde e termina durante a noite, o que significa que a pista tende a se resfriar ao longo da corrida, o que afeta diretamente as estratégias.

Este ano, com a pontuação dobrada, as apostas são altas. As equipes se concentrarão ainda mais nas estratégias, priorizando uma corrida tranquila para seus pilotos. O clima tende a ser quente e seco, e a pista está apta a receber os compostos macios e supermacios, os pneus mais velozes da Pirelli.

Paul Hembery, diretor de motorsport da Pirelli, afirma que, “é sempre um prazer retornar para Abu Dhabi. A corrida este ano será ainda mais importante do que nos outros anos, com a pontuação dobrada e a decisão do campeonato de pilotos em disputa. A estratégia geralmente é afetada pela incomum evolução da pista, com as temperaturas em queda devido ao início da corrida no fim da tarde. Esse também foi o caso no Bahrain, que acabou se revelando uma das mais empolgantes e imprevisíveis corridas da temporada. O resultado disso é que os treinos livres serão cruciais. As equipes irão coletar o máximo de informações possíveis sobre como será o desempenho do carro com os dois compostos, não apenas com diferentes cargas de combustível, mas também com as oscilações de temperaturas da pista. Com tantos pontos em disputa, há uma grande oportunidade para as equipes que têm pouco a perder para tentar uma estratégia inesperada e, talvez, obter ganhos significativos.”

Jean Alesi, consultor da Pirelli, também fala sobre o circuito. “Nunca pilotei um carro de F1 em Abu Dhabi, mas eu gosto dessa pista. Especialmente devido aos altos níveis de segurança e a longa reta que proporciona algumas possibilidades de ultrapassagens, graças também ao uso de DRS. Como a corrida começa às cinco horas da tarde, no horário local, as temperaturas do ambiente e da pista vão gradativamente caindo. Dessa forma, a capacidade de se adaptar a situações que mudam constantemente é essencial. Essas condições variáveis também afetam as pressões dos pneus. Isto posto, a maior fonte de tensão para os pilotos será o fato da corrida ter pontuação em dobro. Mesmo em vantagem na pontuação, o atual líder do campeonato pode ver tudo ruir devido a um simples erro.”

O circuito do ponto de vista dos pneus

O pneu supermacio é um composto que possui uma baixa faixa de trabalho, capaz de atingir o ápice de sua performance mesmo em temperaturas baixas. O composto macio possui uma alta faixa de trabalho. Com os dois pneus mais macios dentre os disponíveis e uma superfície suave, aquecê-los não deve ser um problema.

Pode-se esperar um certo grau de degradação térmica dos pneus, o que deve influenciar as estratégias e os ajustes dos carros. A primeira e a terceira sessão de treinos livres, geralmente, acontecem em condições que não são representativas para o treino classificatório e para a corrida, devido às temperaturas bem mais altas que são registradas durante o dia.

A primeira parte do circuito tem uma série de curvas onde o freio não é utilizado, o que aquece os pneus. Os compostos têm então uma oportunidade de arrefecimento na longa reta, com os carros em rotação máxima por cerca de 15 segundos e uma pressão aerodinâmica equivalente a 800 quilos.

Para obter o máximo de tração, o ajuste dos carros geralmente é bem macio na traseira, mas isso pode aumentar o desgaste dos pneus traseiros. Se o ajuste na traseira for muito duro, o problema oposto pode ocorrer: giro excessivo do volante, o que também compromete a vida útil dos pneus.

A estratégia vencedora no ano passado foi de duas paradas. O piloto Sebastian Vettel, da Red Bull, largou com pneus macios e fez um pit stop na 14ª volta, colocando pneus médios. Ele parou novamente na 37ª, colocando médios novamente, sem nunca perder a liderança.

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