F1 – Pneus macios e supermacios para o último circuito de rua do ano

sexta-feira, 19 de setembro de 2014 às 8:00

Paul Hembery

Após a etapa de Monza, onde os dois compostos mais duros da Pirelli foram selecionados, a Fórmula 1 chega agora em Cingapura com as duas opções de pneus mais macias disponíveis: o P Zero Amarelo macio e o P Zero Vermelho supermacio.

Cingapura é um circuito de rua incomum. A corrida é disputada integralmente durante a noite, o que significa que a pista e a temperatura evoluem de forma bem diferente do que acontece em um fim de semana normal de grande prêmio. Apesar disso, a temperatura ambiente geralmente é alta. Este fator, somado à natureza travada da pista localizada no coração da cidade, faz com que esta pista seja a que mais exige fisicamente dos pilotos na temporada.

Tração e frenagem são elementos chaves para o circuito de rua de Marina Bay. A pista tem muitas ondulações, o que torna ainda mais difícil obter uma tração consistente. Além disso, há elementos que são comuns em vias urbanas, como faixas brancas pintadas e tampas de bueiro, que podem surpreender os pilotos e consistem em uma ameaça adicional para os pneus. Cingapura possui mais curvas do que qualquer outra pista presente no calendário da F1, sobrecarregando ainda mais os pneus.

Para Paul Hembery, diretor de automobilismo da Pirelli, “é sempre um grande prazer para nós estarmos em Cingapura, que vem constantemente provando ser uma das corridas mais espetaculares da temporada. Correr sob luz artificial em uma cidade tão vibrante proporciona uma atmosfera incrível, que mostra o que a Fórmula 1 tem de melhor. A natureza única de uma corrida noturna obviamente impacta os pneus. Selecionamos os dois pneus mais macios disponíveis, para que eles se aqueçam rapidamente e ofereçam altos níveis de aderência mecânica: características vitais em um circuito de rua. Estamos oferecendo opções mais macias do que no ano passado, quando selecionamos o médio e o supermacio. Tradicionalmente, temos muitas entradas de safety cars nesta etapa, então a estratégia deve ser flexível o suficiente para contemplar essa eventualidade. Com a briga pelo título aparentemente ficando cada vez mais disputada, todos os sinais sugerem que teremos uma corrida empolgante e imprevisível.”

Jean Alesi, consultor da Pirelli, nunca correu em Cingapura, mas tem a sensação que se assemelha ao circuito de Mônaco, “por sua capacidade de transformar um pequeno erro em um desastre completo. Também deve-se levar em conta a alta temperatura ambiente e a alta umidade, além do fato de que você está correndo à noite, enquanto mantém um calendário europeu. Dessa forma, é fácil ver como essa corrida pode ser extenuante para os pilotos. Do ponto de vista técnico, o aspecto mais importante é ter um carro com a melhor tração possível. Consequentemente, é importante cuidar dos pneus traseiros, caso contrário você perde muito tempo nas saídas de curvas, sendo que quase todas são lentas em Cingapura. Isso pode comprometer sua corrida se você não for cuidadoso.”

O circuito do ponto de vista dos pneus

Tração e frenagem são elementos chaves em Cingapura. Os pneus traseiros são bem exigidos na saída de todas as curvas lentas. O traseiro esquerdo é particularmente exigido, uma vez que ele tem de lidar tanto com acelerações longitudinais como com acelerações laterais. A tração é constantemente comprometida pela superfície ondulada das ruas utilizadas no circuito.

O pneu supermacio é um composto de baixa gama de trabalho, capaz de atingir sua performance máxima mesmo em baixas temperaturas. Em contraste, o pneu macio é um composto de alta gama de trabalho, ideal para temperaturas mais elevadas. Em Cingapura, a temperatura ambiente geralmente fica entre 30ºC e 35ºC e essa etapa ainda não foi disputada sob chuva.

Cingapura tem uma abrasividade mais alta do que a maioria dos circuitos de rua e, portanto, leva mais tempo para que o asfalto fique emborrachado. Dessa forma, a evolução da pista é lenta, como normalmente acontece em circuitos que não são permanentes. As frequentes pancadas de chuva no fim da tarde também acabam por remover muito da borracha que se acumulou na pista.

A estratégia vencedora no último ano foi de duas paradas, com o piloto da Red Bull Sebastian Vettel parando nas voltas 17 e 44. O alemão começou a corrida com o pneu supermacio, mudou para o médio e completou a corrida com o supermacio.

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