F1 – Pneus e clima para apimentar as corridas

Pneu Mercedes em Silverstone 2020

Colaboração: Corredor X

Toda história tem dois lados e a Fórmula 1 está mostrando a dela durante uma pandemia.

Enquanto a pandemia forçou vários cancelamentos e adiamentos de GPs, ela também trouxe de volta algumas pistas clássicas e em momentos diferentes do normal na temporada. E isso trouxe alguns novos desafios ao esporte, o que aprimorou as corridas.

Se os líderes da Fórmula 1 perceberem exatamente isso, antes dos novos regulamentos esportivos em 2022, é possível ter corridas melhores já em 2021.

Apesar da pandemia, estão havendo coisas boas em 2020. E há como ficar ainda melhor.

A primeira melhoria a fazer é assumir um risco maior com a seleção de pneus. Simplificando: quanto mais rápido os pneus perdem desempenho, melhor é a corrida. Com muita frequência, as corridas têm apenas uma única parada para uma mudança obrigatória no composto do pneu. Frequentemente, isso acontece no primeiro terço da corrida, muitas vezes durante um safety-car, e os pilotos são capazes de realizar os dois terços restantes sem problemas.

Mas e se os pneus definitivamente não durassem tanto? E se você precisasse de pelo menos dois ou mesmo três pitstops para completar a corrida? Isso introduz uma maior variedade de estratégias nas diferentes equipes e, talvez, uma estratégia de divisão entre os dois pilotos da equipe. Mais pitstops também introduzem mais chances de erros e mais potencial para embaralhar a corrida.

E se uma equipe achar que é melhor apenas continuar usando os pneus que tem? Use-os até a lona, você poderia dizer. Vimos isso acontecer no GP da Inglaterra, o primeiro, não no 70º aniversário, e isso fez com que a Mercedes perdesse várias posições porque os pneus de Bottas explodiram. E então aconteceu com o companheiro de equipe Hamilton na última volta! Não, ninguém quer mais falhas de pneus, mas pneus que se desgastam mais rapidamente e forcem as equipes a os trocar com mais frequência. Nunca piora a corrida.

Ainda mais simples do que as alterações nas alocações de pneus, é considerar destinos de clima quente e frio diferentes ao fazer uma programação. No domingo passado em Nurburgring, vimos uma corrida de F1 em um clima de 9 graus, que é pelo menos 10 graus mais frio do que as condições normais de corrida lá. Além disso, o céu estava nublado e com ameaça de chuva durante a corrida, assim como na sexta-feira. E foi brilhante.

Engenheiros e pilotos tiveram que superar um novo desafio. Para começar, os carros se comportam de maneira diferente e alguns falham. E a partir daí, volta aos pneus. Os pneus de corrida, especialmente os pneus de F1, não gostam do frio. A borracha fica muito pegajosa em temperaturas próximas da água fervente. Quando as temperaturas caem para perto da água gelada, elas se tornam sólidas como uma rocha e perdem aderência.

Quem melhor administrou os pneus nessa condição incomum em Nurburgring, os mantinha aquecidos e quem parou na hora certa para trocá-los acrescentava complexidade à corrida. A corrida para a etapa final do pódio foi para Daniel Ricciardo por causa de um pitstop tardio que lhe deu a posição na pista e a aderência de que precisava para permanecer lá.

Há duas ferramentas disponíveis para melhorar as corridas em 2021 sem precisar de regulamento novo; a variedade do clima e alocação de pneus. Que a Pirelli use sempre sua gama de pneus mais macios. Jogue os pilotos em climas muito quentes e muito frios. Jogue o máximo de variedade possível nas equipes e colha todas as recompensas que essas coisas podem gerar dando mais emoção às corridas.

Corredor X
Zamboanga – Filipinas

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