F1 – Pilotos pedem revisão do sistema de pontos de punição

Lewis Hamilton em Sochi

Os pilotos da Fórmula 1 pediram ao diretor de prova Michael Masi que os pontos de punição só sejam dados por incidentes de pilotagem potencialmente perigosos.

A questão dos pontos de punição se tornou um foco de atenção depois que Lewis Hamilton chegou brevemente a um total de 10 após o GP da Rússia, ficando a dois de ser banido por uma corrida. Em uma atitude inédita, os comissários posteriormente retiraram os pontos que haviam sido dados junto com duas penalizações de cinco segundos.

Apesar disso, vários pilotos expressaram preocupações com pontos sendo dados por pequenos incidentes. Nenhum piloto já chegou a 12, o que ativaria o banimento automático, mas Romain Grosjean e Daniil Kvyat estiveram mais próximos do que qualquer um de seus rivais, acumulando 10 anteriormente em suas carreiras.

Grosjean admitiu que a ameaça do banimento o forçou a se concentrar em evitar punições adicionais. Entretanto, ele questionou se os pontos estavam sendo dados por incidentes leves demais.

“Eu recebi pontos por bloquear – não sei quem – na classificação no Bahrain no começo da temporada em 2018, me lembro desse exemplo. Duas vezes no rádio eu não fui especificamente avisado que alguém estava se aproximando. Não é algo que fiz de propósito, mas você recebe um ponto por isso”.

“Então, quando você está perto de 12, tem cuidado com tudo. Obviamente, bloquear alguém na classificação, passar do limite de velocidade na entrada dos pits ou ignorar – sem intenção – uma bandeira amarela, são dois pontos. Portanto, isso rapidamente ganha importância. Uma colisão na corrida também pode acontecer”.

“Sim, quando você tem muitos pontos em sua licença, passa a ser cauteloso. E não é exatamente igual pilotar com aquela pressão em sua cabeça”.

Kvyat disse que foi “bastante desconfortável” atingir 10 pontos em sua superlicença, o que ocorreu em 2017. Ele foi substituído na equipe logo depois.

“Fiquei a uma pequena infração de um banimento de corrida”, relembrou ele. “Para ser honesto, eu não estava me sentindo tão bem naquela época”.

O piloto da Alpha Tauri também tem dúvidas a respeito das razões pelas quais algumas penalizações são aplicadas.

“Creio que alguns pontos são muito justificados. Quando você pilota de maneira perigosa, coloca outros pilotos em risco. Porém, alguns outros não são realmente justificados. Então, acho que aquele sistema precisa ser revisto, para ser honesto”.

“Não sei exatamente o que aconteceu em Sochi com Lewis e como eles justificam manter os pontos de punição para alguns pilotos e retirar para outros. Porque senti que meu caso com as bandeiras azuis na Espanha não foi realmente uma infração que coloca outro carro em risco, mas você ainda recebe pontos. Também posso dizer ‘sabe pessoal, quero meus pontos de punição de volta’”.

Hamilton foi penalizado por fazer dois treinos de largada no final da saída do pitlane em Sochi. Kvyat, que passou pelo carro parado de Hamilton, ficou surpreso pelo piloto da Mercedes ter escolhido aquele local porque ele sabia que não era permitido.

“Primeiramente, você está muito rápido lá, já a 250 km/h ou algo assim, portanto com certeza não foi um bom local”, disse Kvyat. “Eu fiquei surpreso, sabia que aquilo realmente não podia ser feito”.

Kvyat levantou o tópico dos pontos de punição na superlicença na reunião dos pilotos: “Acredito que isso precisa ser um pouco revisto”, afirmou ele.

“Se você recebe pontos de punição por causa de uma colisão perigosa com alguém ou uma manobra bastante perigosa e intencional, tudo bem, é justificado. Mas quanto às infrações de bandeira azul, como todo esse tipo de besteira, não acho que os pontos são realmente necessários. Não é um ponto de táxi. Nós precisamos poder forçar sempre até o limite”.

Lando Norris, da McLaren, afirmou que uma conversa entre os pilotos e Michael Masi esclareceu a situação. “Nós temos uma compreensão melhor, e espero que os comissários e todos também entendam o que merece e não merece pontos de punição”, disse Norris.

“Há algumas regras onde um piloto recebe pontos de punição quando não deveria. Isso deveria ocorrer apenas com coisas realmente perigosas relacionadas à segurança ou que causem acidentes sérios. Portanto, creio que foi ligeiramente esclarecido, mas vamos ver no futuro quando acontecer novamente”.

Masi se recusou a comentar o que discutiu com os pilotos. “As discussões na reunião dos pilotos ficam entre mim, os pilotos e os chefes de equipe”, declarou ele. “Nós continuaremos tendo discussões, boas ou ruins, dentro daquele ambiente e elas não serão comentadas fora dele”.

Já ouviu o último Loucos por Automobilismo? Clique na imagem abaixo!