F1 – Os principais desenvolvimentos do Mercedes W12 de 2021

domingo, 24 de janeiro de 2021 às 12:10

Áreas focadas no W12

A Mercedes quer terminar a atual era dos carros com uma dobradinha dominante no campeonato – o que seriam oito seguidas – antes que a Fórmula 1 mergulhe na nova era do regulamento técnico de 2022, que poderá redefinir a ordem no grid, tantas são as mudanças nos carros.

A equipe alemã está trabalhando duro em sua fábrica de chassis em Brackley e na fábrica de Unidade de Potência em Brixworth para entregar um W12 que possa mais uma vez dominar o grid da F1. Há uma porção relevante de downforce para se recuperar graças a mudanças técnicas na parte de trás do carro e ninguém apostaria contra James Allison e sua equipe não serem capazes de encontrar soluções compensadoras.

Adeus ao DAS
A primeira coisa a sublinhar sobre o novo foguete prateado (que parece que vai continuar preto este ano) será a ausência do sistema de direção de eixo duplo (DAS), que era um grande segredo técnico do carro W11.

Este sistema, banido pela FIA para esta temporada, permitiu que Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, através de um movimento longitudinal da coluna de direção com atuadores hidráulicos, mudassem a convergência das rodas dianteiras. Através deste sistema, a Mercedes foi capaz de manter a temperatura dos pneus dianteiros durante a volta de aquecimento, ou em períodos de safety-car virtuais em 2020.

Este sistema agora é ilegal e a Mercedes terá que adaptar o W12 para compensar sua perda, o que exigirá um trabalho minucioso na suspensão dianteira. A equipe de Brackley poderia, portanto, gastar os tokens necessários para refazer os elementos internos da suspensão dianteira, que também terá que trabalhar com os novos pneus da Pirelli, que terão uma estrutura mais rígida.

Aerodinâmica é o foco para 2021
Pelo regulamento, a aerodinâmica não entra no congelamento do desenvolvimento e a Mercedes entre uma temporada e outra é sempre capaz de surpreender com o incrível trabalho aerodinâmico que consegue produzir durante o inverno europeu.

No carro de 2021, a aerodinâmica será obviamente o foco principal do trabalho dos engenheiros da Brackley, pois permite liberdade de desenvolvimento e modificações em relação ao carro anterior. O trabalho aerodinâmico principal provavelmente diz respeito ao sidepod, com um afunilamento adicional das cápsulas e das saídas de ar na parte traseira para criar uma “garrafa de coca” ainda mais apertada. No entanto, os radiadores permanecerão os mesmos utilizados em 2020, limitando um pouco a liberdade de desenvolvimento nessa área.

Todo o sistema de arrefecimento foi congelado e homologado na última temporada, portanto não pode ser alterado, a menos que uma equipe queira gastar seu escasso desenvolvimento em tokens para fazê-lo – mas isso provavelmente só aconteceria se houvesse uma falha fundamental no sistema.

Na última temporada, a Mercedes fez um extenso trabalho de modificação nas saídas do radiador, movendo os ‘cortadores de ar’ acima da estrutura de impacto lateral. Tudo isso obviamente teve benefícios aerodinâmicos aumentando o canal lateral para o fluxo de ar ao longo das laterais do carro e aproveitando o ‘efeito coanda”.

Muito trabalho aerodinâmico provavelmente será feito na dianteira do carro, com a confirmação da nova especificação de asa que estreou em Mugello, e foi então usada em Abu Dhabi. As mudanças se concentram principalmente na micro-aerodinâmica, com uma gestão diferente do vórtice Y250, que se adaptará aos novos bargeboards, introduzidos na Bélgica.

Na verdade, a última aba na parte superior da asa foi alongada em comparação com a solução anterior, até o limite de 250 mm da linha central do carro.

Unidade de potência de 2021
Em Brixworth, casa do departamento de motores da Mercedes, eles têm trabalhado em uma nova UP que será ainda mais poderosa do que em 2020, com um salto de potência estimado em torno de 20-25 hp.

Desenvolvimento focado principalmente nos sistemas híbridos, com melhoria na eficiência e duração da carga elétrica. A parte endotérmica, por outro lado, prevê uma melhoria na confiabilidade geral e durabilidade dos componentes.

O Autoracing descobriu que a Mercedes vai tentar resfriar o ar que entra no motor de combustão interna através do plenum, que fica na região daquele calombo na tampa do motor. Um ar mais frio e denso provoca uma melhor combustão e ajuda mais em aceleração do que em final, porque o ar esquenta muito rápido lá dentro da câmara de combustão. Talvez “jatos de ar” frio sejam possíveis de serem feitos em determinadas condições, não o tempo todo.

No final da temporada passada, a UP Mercedes não foi particularmente brilhante deste ponto de vista, e houve alguns problemas técnicos – embora estes atingissem principalmente suas equipes clientes, como Racing Point e Williams, que usam radiadores um pouco menores.

UP Mercedes

A proibição do chamado “Modo Festa” não igualou tanto o desempenho entre os fabricantes de Unidade de Potência, apesar das esperanças que a Ferrari tinha, e a Mercedes manteve sua supremacia sobre a Renault, Honda e Ferrari.

Espera-se que o PU 21 seja o motor de F1 mais potente desta era, com uma saída agora chegando próximo ou até atingindo 1.100 hp em corrida, algo nunca antes alcançado pela Fórmula 1. Nos anos 80 alguns motores de classificação até passavam disso atingindo picos de até 1.300 hp, mas na corrida precisavam ser “amansados” para cerca de 700-800 hp.

Com a hibridização existente na F1 desde 2014, a Mercedes quase sempre dominou nesta frente em comparação com outros fabricantes, e após o fracasso da Ferrari do ano passado, a despedida da Honda no final de 21, e o possível congelamento dos motores para o próximo ano, isto pode significar uma continuação do domínio mostrado nesta era pelo fabricante alemão até a próxima geração de motores.

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AS - www.autoracing.com.br

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