F1 – O que significam essas mudanças nos Prateados

sexta-feira, 9 de abril de 2021 às 13:28

James Allison e Andy Cowell

A decisão de James Allison de deixar o cargo de Diretor Técnico da Mercedes em julho próximo, vai ver o engenheiro inglês dar um passo para trás na enorme responsabilidade de supervisionar o departamento técnico da força dominante da Fórmula 1 nos últimos anos.

Tendo assumido a função de liderar o lado técnico dos Prateados após a saída de Paddy Lowe em 2016, Allison conseguiu desbloquear o enorme talento dentro da força de trabalho da equipe que, por sua vez, conseguiu mais desempenho ainda do carro. Sua saída não é uma mudança menor dentro da equipe.

Pior para a Mercedes, sua decisão de dar um passo atrás veio menos de um ano após a saída de Andy Cowell dos motores de alta performance da Mercedes.

Cowell trabalhou com a Ilmor e Mercedes de 2004 até alguns meses atrás, mas ficou tempo suficiente para que a Mercedes elaborasse um plano de sucessão para trazer Hywel Thomas para o cargo de Diretor Executivo.

Enquanto Cowell abandonou totalmente sua função sênior e a equipe, a Mercedes, compreensivelmente queria manter Allison debaixo de seus braços. Com Cowell sendo um agente livre no mercado agora, a repentina disponibilidade de Allison também poderia ter beneficiado um dos principais rivais da equipe.

No entanto, Allison não está deixando a Mercedes e, em vez disso, está mudando para uma posição mais ampla e menos imediata. A partir de 1º de julho, ele assumirá o cargo recém-nomeado de chefe da divisão técnica.

Apesar do que o título sugere, essa função o tira da responsabilidade pelo processo imediato de design e atualização do carro. Em vez disso, ele trabalhará em estreita colaboração com a equipe para ajudar na transição para o novo ciclo do regulamento que começa na próxima temporada, além de ser capaz de aconselhar e conduzir a Mercedes na evolução do esporte no futuro.

A inteligência e abordagem perspicaz de Allison com o livro de regras (como evidenciado recentemente pelo súbito aparecimento do sistema de direção DAS no W11, uma lacuna anteriormente imaculada nos regulamentos), torna-o o homem ideal para ajudar a equipe em um período de turbulência.

Curiosamente, Allison permanecendo na equipe em uma função sênior também sugere que seu futuro a longo prazo pode ser com a Mercedes. O mandato de Toto Wolff como chefe de equipe não vai durar para sempre, até porque já disse que está um pouco cansado desse papel.

Também é indicativo da força e estabilidade da Mercedes que, apesar das mudanças no nível superior, eles foram capazes de convencer sua equipe a permanecer de alguma forma ou o tempo suficiente para elaborar um plano de sucessão forte.

É algo que já vimos antes com a Mercedes, como com o Diretor de Engenharia Aldo Costa e o Diretor de Performance Mark Ellis; ambos permitiram que a Mercedes pudesse elaborar planos de sucessão para garantir continuidade e força.

Mike Elliott, que assumirá o lugar vago de Allison, trabalhou diretamente para James em sua função atual como Diretor de Tecnologia. Ele também trabalhou como chefe de aerodinâmica da Mercedes, bem como passagens pela McLaren e pela Renault durante seus 21 anos de carreira na F1. O fato de Allison permanecer com a Mercedes será extremamente benéfico para Elliott enquanto ele abre suas asas em seu novo papel.

AS - www.autoracing.com.br

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