F1 – O maior de todos os tempos

domingo, 28 de junho de 2020 às 15:08

Senna, Hamilton e Schumacher

Colaboração: Antonio Carlos Mello Cesar

Toda unanimidade é burra, frase do escritor Nelson Rodrigues. Elocução dúbia, pois levada ao pé da letra, estaríamos consagrando opiniões contrarias sobre fato apoiado por maioria irrestrita, como sentença inteligente e verdadeira. Vez ou outra, porém, sem embargo, criam-se mitos, abalizados nos mais diversos intelectos, propagados pela mídia, boca a boca, até ganharem voz uníssona de autenticidade.

No vestíbulo das comparações, um lobby; periodistas, sites, torcedores, fundamentados em argumento profuso, estatísticas e grande poder influenciador, insistem na coroação de Lewis Hamilton como melhor piloto da história. Todos demandam por um ídolo, Liberty Media Corporation, FIA, etc., o herói atrai patrocínio e público.

Inquestionável as virtudes do hexacampeão, contudo, não existe, entre competidores de épocas diversas, salvatério para distinguir rigor análogo, onde a prestabilidade do equipamento é disseminada de corporatura multiforme.

Desconheço objeto, cuja austeridade probatória, justifique preeminência de Hamilton sobre Michael Schumacher ou Juan Manoel Fangio. Intrincado, também, ajuizar conceito frente pilotos contemporâneos em temporada conjunta. Alguém dotado de pura vidência poderia indicar o ganhador, Verstappen contra Lewis, ambos repartindo a mesma equipe?

Seis anos com McLaren renderam ao inglês, um título, 21 vitórias; na equipe Mercedes, 2013 a 2019, cinco campeonatos, 63 triunfos. Destarte, tem-se validação do aparato mecânico superior, inverso à capacidade humana, como signatário precípuo de conquistas.
Seguramente Lewis Hamilton estará no pódio da imortalidade, fracionando mesma base, junto a múltiplos personagens. Numa diligência abstrata, sem a inflexibilidade de fatos consumados, sem Ímola, imaginemos Ayrton Senna, tricampeão em 1991, auge da forma, tivesse, partir daí, nas próximas seis temporadas, o carro supremo para além dos outros.

O magnificente talento de Hamilton, adjunto à vontade, dedicação, força mental, lhe permitem beneficiar ao máximo toda potencialidade do engenho, algo que uma dezena de pilotos, na secular história da F1, conseguiu a seu tempo.

Juan Manoel Fangio, oito temporadas cinco títulos, os melhores percentuais entre número de provas e vitorias poles e largadas; Jim Clark, inquestionável; Jackie Stewart, vinte e sete vitórias em noventa e nove corridas, três campeonatos; Emerson Fittipaldi, bicampeão da F1 e duas vezes ganhador das 500 milhas de Indianapolis; incluindo Alain Prost; Ayrton Senna; Michael Schumacher; Fernando Alonso.

Antes da FIA administrar a F1: Tazio Nuvolari, eleito pelo comendador Enzo Ferrari, o melhor piloto com quem já trabalhou; Louis Chiron, primeiro monegasco a triunfar em Mônaco, portanto esta honra não caberá a Leclerc, terceiro maior ganhador do GP da França, perdendo apenas para Schumacher e Prost, possui até uma estátua nas ruas do principado. Homenageado em 2016 pela Bugatti, batizando o carro de rua, mais veloz do mundo, como Bugatti Chiron.

O conceito temático reflete parecer individual, aberto ao contraditório, pois dado a subjetividade da questão, argumentos não faltarão para enfraquecer ou corroborar a matéria.

Antonio Carlos Mello Cesar
São Paulo – SP

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