F1 – O GP da Europa do ponto de vista dos pneus

terça-feira, 19 de junho de 2012 às 16:11
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GP da Europa nas ruas de Valencia

Terceiro circuito de rua consecutivo deste ano na Formula 1, o GP da Europa possui o maior número de curvas do calendário: 25 no total. E provavelmente acontecerá sob altas temperaturas – o que significa que os pneus P Zero Branco (médios) e P Zero Amarelo (macios) serão muito exigidos.

Esta combinação destaca a durabilidade e a performance dos pneus, num circuito onde as ultrapassagens são notoriamente difíceis. Assim como em Mônaco, a classificação será fundamental, e a velocidade do pneu macio será vital para determinar a posição dos pilotos no grid de largada. Na corrida, a força e a consistência do pneu médio terão papéis fundamentais nas estratégias.

Muitas das curvas são rápidas e fluem direto para a próxima, tornando as ultrapassagens difíceis, pois há pouco espaço de manobra e não haverá uma diferença de velocidade considerável entre os carros. A sequência final de curvas é tomada em sucessão rápida, a 290 km/h, seguida por uma área de forte frenagem na última curva, onde os carros vão de 310 a 60 km/h em menos de 130 metros. O pico de desaceleração é de 5,2 G, com um grande risco de travar uma roda, e o desenho da curva não facilita as ultrapassagens. Portanto, a ênfase será nas estratégias, com carros tentando ganhar tempo tanto nos boxes, quanto na pista.

No ano passado, os líderes da prova adotaram a mesma estratégia: largaram com o pneu macio e pararam três vezes antes de completar o trecho final com o pneu médio. Este ano, com os carros bem mais parecidos do que nunca, a tática certa será ainda mais importante. Como todos os circuitos de rua, a evolução da pista ao longo do fim de semana será notável à medida que ela for ficando cada vez mais emborrachada.

“Valencia não poderia apresentar maior contraste com os circuitos de rua que vieram antes: a pista é mais rápida e as temperaturas são altas, com muita energia passando pelos pneus. O que tem em comum com os outros é a dificuldade de ultrapassagens, o que vai colocar a ênfase na classificação. Por isso, esperamos uma corrida bastante simples, com duas ou três paradas, dependendo da tática de cada equipe – embora uma equipe tenha tentado só uma parada no ano passado. O tempo deverá ser constantemente quente durante todo o fim de semana, o que deverá conduzir a menos variáveis ​​em termos de temperatura, de modo que não vai haver grandes surpresas”, diz Paul Hembery, diretor de automobilismo da Pirelli.

“Valência não é um circuito típico, é uma mistura entre uma pista de corrida e uma rua normal que é utilizada ​​durante todo o ano, por isso é sempre complicado juntar todas as peças do quebra cabeças. A pista também tende a evoluir muito de sessão para sessão, o que pode trazer algumas surpresas. Ela tem retas muito longas e uma série de curvas de baixa velocidade, o que torna difícil encontrar um bom equilíbrio para o carro. As temperaturas do ar e da pista tendem a ser elevadas e é uma prova longa, por isso é um circuito desafiador para os compostos. A boa gestão dos pneus é importante se você deseja um bom resultado. Também é útil para conservar os pneus antes da corrida, porque se você tiver um conjunto extra, terá uma vantagem”, diz Pastor Maldonado, piloto da Williams F1 Team.

Notas Técnicas:
• Os freios trabalham duro em Valência, com várias frenagens a mais de 300 km/h. Esta é uma tarefa desafiadora para os pneus dianteiros, em particular, que têm de frear o veículo e virar ao mesmo tempo – sujeitando-se a duas forças diferentes. A tração, mais do que a frenagem, constitui a maior força longitudinal em Valência.

• Um dos fatores-chave para um bom acerto em Valência, com 25 curvas, é garantir que os carros virem com precisão. Uma configuração de suspensão mais dura seria ideal para esta, mas ao mesmo tempo, ela também tem de ser suficientemente macia para garantir um bom nível de aderência mecânica nas curvas lentas. Como de costume, é um equilíbrio delicado.

• A superfície de Valência não é especialmente abrasiva: de fato é muito lisa no início do fim de semana. No entanto, isso exige tração constante, o que significa que os pneus traseiros vão trabalhar duro e as equipes terão de ficar de olho no seu desgaste.

AS – www.autoracing.com.br

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