A F1 não pode retroceder de jeito nenhum!

terça-feira, 21 de novembro de 2017 às 21:01

Tesla Roadster

Por: Adauto Silva

A Formula 1, que está discutindo o novo regulamento dos carros e motores a partir de 2021, tem que ficar muito esperta no que pretende fazer para não tornar seus carros completamente obsoletos em relação aos carros de produção que serão lançados na próxima década.

A F1 sempre foi a vanguarda da tecnologia esportiva. Essa tecnologia somada ao esporte é o que a fez crescer até atrair os maiores patrocinadores, pilotos, equipes de corrida e fãs do mundo. Nenhuma outra categoria jamais teve ou tem até hoje o prestígio da F1 no esporte a motor.

A Tesla, que é uma montadora norte-americana de carros elétricos e que foi inaugurada poucos anos atrás pelo visionário Elon Musk, fundador entre outros negócios do PayPal, está fazendo um sucesso absurdo na venda de seus carros. Qualquer carro deles tem de 6 a 8 meses de fila de espera. Os carros são excelentes, muito bem construídos, tem grande autonomia elétrica, ótima estabilidade, são possantes, luxuosos e bonitos. Realmente um espanto que já está revolucionando a indústria automotiva.

O novo regulamento dos motores não pode ignorar isso de maneira alguma. O motor a combustão já está condenado. Em 2021 os especialistas preveem que metade da produção dos motores para os carros nos países de primeiro mundo será híbrida e de 15 a 20% totalmente elétrica. O desenvolvimento de novas baterias mais poderosas e com capacidade maior de armazenamento cresce exponencialmente a cada dia.

Na Alemanha, nenhum carro com motor a combustão poderá ser produzido e vendido ao público a partir de 2030. Nem híbridos. Apenas carros com emissão zero de poluentes poderão ser fabricados. A frota toda será trocada. E isso é só o começo, os outros países fatalmente seguirão os alemães!

A Formula 1 precisa continuar investindo no motor híbrido e depois no elétrico com urgência, se quiser manter as montadoras – que trazem a maior parte do dinheiro que faz a F1 girar – no negócio. Eliminar as montadoras, como equipes ou fornecedoras de motores – seria a “Indyalização” da Formula 1. Não tenho nada contra a Indy e inclusive assisto e a acompanho com grande prazer há décadas, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

A Formula 1 é uma categoria mundial que corre em quatro continentes e precisa de um faturamento na casa de USD 2,5 bilhões para existir, valor esse que só vai subir com o tempo. Sem as montadoras isso é absolutamente impossível. Sem o apelo da tecnologia de vanguarda para desenvolver e testar novas soluções que as pessoas vão encontrar em seus carros em 5 ou 10 anos, ela perde a atração de milhões e milhões de pessoas. Apenas os fanáticos como eu e você, leitor, não bastam para manter a estrutura da F1 girando.

Se o problema for o ronco do motor – e isso de fato é um problema – que a F1 e seus engenheiros pra lá de geniais inventem uma maneira dos motores híbridos – e depois inevitavelmente elétricos – ronquem como nós queremos. O homem quer ir a Marte, será que não consegue fazer um motor sem emissões rugir como um leão?

O que importa é que os carros continuem os mais rápidos do mundo, atraiam os melhores pilotos do mundo, tenham o ronco que queremos e as disputas que todos querem. Mas tudo isso com equipamento de vanguarda, de ponta e com glamour, como sempre foi e a trouxe até aqui.

Nenhuma emissora de TV vai pagar USD 50-100 milhões para transmitir corrida de carros obsoletos. Nenhum patrocinador vai colocar dezenas de milhões na F1 – equipes, pilotos e etc. – se ela não estiver à frente de seu tempo. E finalmente, a esmagadora maioria da audiência não vai pagar de USD 200 a USD 2.000 para sentar numa arquibancada para assistir corrida de carros que vão estar defasados tecnologicamente em relação aos carros disponíveis para compra numa esquina próxima.

Adauto Silva
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Em tempo:
Hoje, o jornal mineiro O Tempo soltou em sua versão online uma reportagem de Igor Veiga do último lançamento da Tesla. Outro espanto! Leia a matéria na íntegra abaixo ou clique neste link para lê-la no site do próprio jornal.

Elton Musk e sua última criação

Tesla anuncia esportivo que promete ir de 0 a 96 km/h em menos de 2 s

Novo Roadster deve ser lançado em 2020 e impressiona não só pela sua aerodinâmica como também pela autonomia de 1.000 km com uma única carga de bateria; modelo vai custar US$ 200 mil nos Estados Unidos

O visionário presidente da Tesla Motors, Elon Musk, apresentou ao mundo o novo Roadster. A nova geração do primeiro modelo da marca norte-americana deve chegar ao mercado só em 2020 e o carro promete ser o futuro mais rápido do planeta, indo de 0 a 96 km/h em 1,9 segundo.

Outra informação antecipada por Musk e que impressiona é a autonomia do Roadster, que seria capaz de rodar até 1.000 km com apenas uma carga de bateria, algo revolucionário no atual patamar da tecnologia dos carros 100% elétricos. “O objetivo disso é dar um golpe final nos carros a gasolina. Dirigir um esportivo a gasolina vai parecer um motor a vapor”, afirmou Musk durante a coletiva de apresentação do novo modelo.

O Roadster de dois lugares chama atenção pelo belo design absurdamente aerodinâmico e o teto escamoteável e todo feito de vidro. Por dentro, o carro traz o típico acabamento futurista e minimalista dos modelos da Tesla, inclusive no desenho do volante.

De acordo com o dono da Tesla, as encomendas do modelo já podem ser feitas pelo site da marca. Os primeiros 1.000 compradores do esportivo terão que pagar mais caro pelo Roadster (US$ 250 mil) e terão que comprar o carro à vista. O Tesla Roadster custará nos Estados Unidos US$ 200 mil (cerca de R$ 650 mil). As reservas serão feitas mediante pagamento de US$ 50 mil (R$ 164 mil).

Caminhão elétrico
Além do Roadster, a Tesla finalmente revelou na noite de quinta-feira (16), o Semi, o primeiro caminhão da fabricante que entrará em produção a partir de 2019, segundo informou Musk. O pesado elétrico tem autonomia de até 800 km com uma carga de bateria. Não foram divulgados mais detalhes técnicos e o preço do caminhão carregado também com o típico design futurista dos modelos da Tesla.

O Semi se destaca por ter uma aerodinâmica impecável. Para se ter uma ideia, segundo a Tesla, o coeficiente de arrasto do caminhão, que é a resistência que o ar exerce contra a carroceria do veículo, é menor que a do superesportivo Bugatti Chiron, por exemplo.

AS - www.autoracing.com.br

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