F1 – Médios e macios são os pneus para o primeiro GP noturno da temporada

sexta-feira, 17 de abril de 2015 às 12:00

Paul Hembery

O Bahrain, circuito que costumava receber testes de pneus graças ao seu clima quente, recebe, neste fim de semana, a terceira etapa da temporada da Fórmula 1. Para esta prova, os compostos médio e macio foram os escolhidos, os mesmos dos GPs da Austrália e da China. Ao contrário destes, no entanto, o GP do Bahrain começa no final da tarde e termina à noite, com a temperatura da pista caindo gradativamente, à medida em que a corrida avança.

Paul Hembery, diretor de motorsport da Pirelli: “Nós temos aqui a mesma escolha de pneus que tivemos na China, porém, obviamente, com outra relação com o clima. Com a largada ocorrendo no fim da tarde, as condições deverão ser bem mais agressivas do que as que tivemos na Malásia – ou mesmo no próprio Bahrain, dois anos atrás, quando a corrida ainda era disputada durante o dia. A característica típica do GP do Bahrain agora é que o desempenho dos pneus muda ao longo do desenrolar do fim de semana, à medida que vai escurecendo. A prova do ano passado teve um final emocionante, graças à entrada do safety car a 10 voltas para a bandeira quadriculada, o que resultou em uma incrível disputa dos companheiros de equipe da Mercedes. Este ano, é difícil fazer uma previsão de como será. O que podemos adiantar é que não deve chover.”

O grande desafio para os pneus

O Bahrain tem o asfalto com a maior rugosidade de toda a temporada (talvez só perca para o de Jerez de la Frontera, que foi usado nos testes pré-temporada), e isso tende a acelerar a degradação térmica dos pneus. No entanto, esse fator é mitigado pela gradativa redução da temperatura ao longo da corrida, o que, consequentemente, reduz a degradação e pode influenciar as estratégias de corrida.

Devido às exigências de tração do circuito, os pneus traseiros são os que mais sofrem no GP do Bahrain. Durante o dia, e principalmente nos treinos, as temperaturas ambientes tendem a ser elevadas o que, como foi dito, aumenta a degradação térmica. Porém, esta não é a mesma situação que as equipes encontrarão na corrida.

Além disso, como o circuito é rodeado pelo deserto, o vento joga areia sobre a superfície da pista e reduz os níveis de aderência, em especial no início de cada sessão. Em relação às estratégias possíveis, convém às equipes não contarem com entradas do safety car: desde 2004, quando esta pista foi inaugurada, apenas duas vezes o carro de segurança apareceu na corrida, em 2007 e em 2014.

A presença da Pirelli será ainda maior no Bahrain com a primeira rodada da GP2 Series deste ano, categoria que serviu de base para oito pilotos do atual grid da Fórmula 1. Em um fim de semana com corridas de GP2 e de F1, o número total de pneus Pirelli fornecidos salta de 1800 para 2700, e o número de pessoal da Pirelli na pista sobe de 55 para 65.

Estratégia do ano passado e como a corrida foi ganha

No ano passado, um raro safety car a apenas 10 voltas da bandeira quadriculada equilibrou a disputa e proporcionou uma emocionante batalha no final da corrida. Os seis primeiros da prova adotaram a estratégia de duas paradas, mas com diferentes opções de trocas de pneus. Lewis Hamilton foi para uma estratégia de macio-macio-médio, enquanto Nico Rosberg optou por macio-médio-macio. O alemão ainda conseguiu fazer a volta mais rápida no final da corrida, mas não conseguiu ultrapassar o seu companheiro de equipe após o seu último pit-stop. Sebastian Vettel foi o quarto colocado, mas com uma estratégia diferente: ele foi um dos dois únicos pilotos que largou com pneus médios.

Expectativa de diferença de performance entre os dois compostos: 1s5 a 1s7 segundos.

EB - www.autoracing.com.br

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