F1 – Médicos adotam cautela sobre melhora de Schumacher

Michael Schumacher

Uma onda de alívio se espalhou pelo paddock da Formula 1 na sexta-feira, quando foi noticiado que Michael Schumacher mostrou “momentos de consciência” nesta semana, depois de meses em coma após um acidente de esqui. Tal breve declaração, sem maiores detalhes, foi feita por Sabine Kehm, porta-voz do ex-piloto alemão.

Alguns médicos respeitados, no entanto, adotaram a cautela ao analisar o caso. O Dr. Alain Simon, consultor médico do jornal francês L’Equipe, afirma que o último comunicado é “difícil de interpretar”. “Isso pode significar que ele abre e fecha seus olhos quando solicitado’, explicou.

“As pessoas que estão nesta fase não estão falando e podem passar meses assim, mas talvez esses momentos sejam um sinal de esperança. Em um traumatismo craniano com perda de consciência, mais de três meses é um coma de longo prazo com consequências. Com menos de três meses pode não haver consequências”, completou Simon.

Alain Ducardonnet, o consultor médico para a BFMTV da França, concorda que a declaração emitida na sexta-feira é “uma boa notícia”. “Antes não havia nada em particular. Foi uma tentativa de acordá-lo, mas, obviamente, ele não o fez. Mas momentos de consciência e despertar podem significar tudo ou nada. São palavras genéricas. Talvez ele esteja respondendo a comandos simples: abrir os olhos, mover a mão, talvez a pele foi pinçada para ver se ele sentia dor. Estas são as primeiras coisas que fazemos quando avaliamos consciência”, comentou.

No entanto, o neurocirurgião francês Philippe Decq alertou: “Temos que ser extremamente cautelosos. Os sinais de despertar são provavelmente a observação dos movimentos oculares, seguida pelo contato visual. Isto é encorajador e estou feliz em ouvir isso, mas temos que ser extremamente cuidadosos. As lesões são, obviamente, extremamente graves. Qualquer coisa pode acontecer. Você nunca está incólume depois de um trauma dessa gravidade”.

Segundo o jornal Bild, Schumacher foi transportado do hospital de Grenoble para uma área de cuidados intensivos para pacientes que necessitam de supervisão menos constante. Ele se acidentou em 29 de dezembro do ano passado.