F1 – Médico explica as lesões de Jules Bianchi

terça-feira, 7 de outubro de 2014 às 16:05

Jules Bianchi

Gary Hartstein, ex-comissário médico da F1 e assistente de Sid Watkins, explicou a lesão de Jules Bianchi após o forte acidente no GP do Japão.

O clínico admitiu que a lesão é de enorme gravidade, afirmando que o diagnóstico de lesão axonal difusa (DAI) é um cenário que “nós, os médicos, odiamos quando acontece”, sendo uma situação que interrompe facilmente a associação dos sentidos da fala, audição e visão. Segundo os dados, 90 por cento dos afetados permanecem num estado vegetativo, embora raramente cause a morte.

Gary Hartstein explicou o significado das palavras do nome da lesão. É ‘difusa’ porque “ao contrário dos hematomas, a DAI não mostra uma localização ou dano específico. Claro que não são notícias particularmente boas, porque impede a sistematização dos sintomas do paciente e torna a reabilitação mais difícil”.

E ‘axonal’ porque “os axônios são os cabos da célula nervosa. São cabos que conduzem os impulsos nervosos mais rápidos, por isso estão cobertos por uma membrana grossa. Quando se agrupam vários axônios se vê uma matéria branca. A DAI parece danificar a matéria branca do cérebro. Isso não é muito bom, pois os cabos permitem um elevado nível de processamento de informações ao ligar várias áreas cerebrais, como as visuais e auditivas”.

O médico concluiu referindo que “eu o vejo falar, ouço as suas palavras, mas são as áreas de associação do cérebro que fundem as informações e integram a minha experiência de ‘você está falando’. Este tipo de processo é facilmente interrompido com a DAI”.

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