F1 – McLaren precisava de uma “mudança de cultura”, diz Boullier

McLaren

A McLaren precisava aceitar uma mudança de cultura se quisesse ter esperanças de retornar às primeiras posições da Fórmula 1, avalia Eric Boullier, diretor de corrida.

“A McLaren vem fazendo a mesma coisa há muito tempo – talvez tempo demais”, explicou Boullier. “Agora, ela precisa se renovar um pouco”.

“Eu uso as palavras de Ron (Dennis), que disse que ela se tornou uma equipe de engenharia ao invés de uma equipe de corrida. Perdemos alguma flexibilidade; talvez também tenhamos perdido a capacidade de olhar para fora”.

“É um esporte bastante competitivo, portanto devemos sempre monitorar o que os outros estão fazendo. E se alguém for melhor do que você, é necessário tentar entender por que, e não olhar para os nossos pés e esperar que sejamos melhores algum dia”.

“Há uma certa mudança de cultura. Houve uma mudança drástica no departamento aerodinâmico da McLaren, e creio que há uma estratégia e uma liderança novas visando nos colocar onde deveríamos estar. A partir desse ponto, haverá o primeiro passo. E depois o próximo, que será tentar vencer, ser uma equipe campeã”.

Boullier sugere que a McLaren também sofreu por não conseguir se adaptar ao âmbito das regras cada vez mais rígidas da Fórmula 1, o que limitou as chances de recuperação durante uma temporada.

“A McLaren foi e ainda é uma grande máquina capaz de se recuperar”, explicou ele. “A única diferença é que o mundo exterior mudou. Não temos mais testes, as restrições no túnel de vento e em todas as outras áreas estão cada vez maiores”.

“Portanto, do ponto de vista da recuperação, temos menos capacidade – não internamente, mas em termos do que podemos fazer. E isso é algo que talvez tenha sido esquecido ou não tão bem gerenciado quando eles correram alguns riscos com carros conceito”.

“Obviamente, eles esperavam se recuperar, mas não podemos fazer isso como antes. É uma mudança de estratégia: o modo como você constrói carros novos e introduz novos conceitos, tudo está sendo revisto. Não será como antes, porque não podemos fazer isso”.