F1 – Luca di Montezemolo quer voltar a comandar a Ferrari

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020 às 18:58

Luca di Montezemolo

Neste artigo baseado no texto de Paul Velasco, o ex-chefão da Ferrari, Luca di Montezemolo, está pronto e disposto a assumir o comando da Ferrari após a aposentadoria repentina do CEO Louis Camilleri, que foi infectado pelo COVID-19, internado e depois de melhorar enviado para terminar o tratamento em casa.

Fontes confiáveis como os jornais The Washington Post e The Wall Street Journal disseram que Camilleri resolveu se aposentar com efeito imediato um dia após ser liberado do hospital. Ele quer passar mais tempo com sua família.

O problema de Montezemolo é que ninguém o procurou – até este momento – perguntando se ele quer voltar para a Ferrari.

Camilleri deixou Maranello com a equipe de F1 em sérios apuros, recuperando-se de uma das piores temporadas de sua história, reputação manchada por acusações de trapaça no ano passado – tudo sob a supervisão de Mattia Binotto.

O engenheiro que virou chefe da equipe é ridicularizado na Itália como “Harry Potter sem a varinha mágica”, pela mídia italiana sugerindo que é apenas uma questão de tempo até que algo drástico aconteça com ele.

Enquanto isso, espera-se que o “invisível” John Elkann conserte as coisas.

Mas fontes dizem haver um forte lobby na Itália pelo retorno de Di Montezemolo – não como chefe, mas como conselheiro. Ele ressuscitou a Ferrari duas vezes do nada para títulos mundiais, incluindo a virada deste século com Michael Schumacher.

Desde a morte repentina de Sergio Marchionne, a equipe italiana está sem rumo; poucos acreditaram que Binotto é capaz de dirigir a Scuderia sozinho como ele está tentando fazer.

Di Montezemolo foi entrevistado pela RAI e disse: “É possível eu voltar para a Ferrari? A pergunta não deve ser feita a mim; ninguém me perguntou nada.”

“Acho que sei quais são os problemas e posso resolvê-los, sei o que precisa ser resolvido a tempo. Mas vejo com grande pesar uma Ferrari fraca, sair das primeiras posições me deixa preocupado porque é um momento muito difícil para a equipe.”

2020 foi a pior temporada desde 1980, de longe.

Di Montezemolo continuou: “Esta é uma Ferrari muito diferente da minha, dá muita atenção ao mercado de ações, aumentou a produção dos carros, mas pela primeira vez tem uma liderança que não conhece a Fórmula 1.”

“Após a renúncia de Camilleri, espero que eles escolham bem o novo CEO porque há uma equipe a ser fortalecida. Lamento dizer, mas teria havido uma pessoa perfeita para liderar a Ferrari: estou falando de Stefano Domenicali, que tenho certeza de que ele se sairá muito bem no novo papel na Liberty.”

Domenicali deixou os Vermelhos em 2014 e construiu uma grande reputação na Lamborghini, e agora entrará no lugar de Chase Carey como chefe da Fórmula 1.

Assim, ele está fora de questão, Di Montezemolo se ofereceu: “Se eles quiserem ouvir alguma sugestão, terei todo o prazer em partilhá-la. Eu amo muito a Ferrari. São momentos muito difíceis, não só pela falta de vitórias e quero evitar criar mais elementos de polêmica.”

“Tento ser construtivo, mas estou preocupado porque a Ferrari não liderou uma única volta em todo essa temporada. Existem problemas que vêm de longe e criam questionamentos sobre o futuro.”

“Estes são duplos. Em primeiro lugar, uma organização horizontal que não resiste na Fórmula 1. É típica de quem não tem experiência, conhecimento e talvez nem humildade de ver como se organizam as melhores equipes ou como se organizou a própria Ferrari.”

“Em segundo lugar, para vencer é preciso ter algum elemento na equipe que faça a diferença e traga novas habilidades. Tive uma equipe muito forte porque sempre tentei escolher pessoas experientes”, acrescentou Di Montezemolo.

Em 1973, quando a Ferrari também terminou em P6 no campeonato e a “lenda” Enzo Ferrari estava quase a ponto de jogar a toalha na F1 e se concentrar nas corridas de carros esportivos, foi Di Montezemolo quem o convenceu do contrário.

Foi Di Montezemolo quem trouxe Niki Lauda para a Ferrari e logo após os Vermelhos venceram três campeonatos de construtores F1 consecutivos de 1975 a 1977, com Lauda conquistando dois dos títulos. O de 1976 foi para James Hunt da McLaren.

O italiano estava em alta demanda e deixou a Suderia e passou a ocupar posições à frente do projeto olímpico de Roma, bem como do desafio da Copa América da equipe Azzurra.

Quando a Ferrari voltou a procurá-lo no início dos anos 90, Di Montezemolo voltou, contratou Jean Todt e começou a construir uma equipe que levou aos lendários títulos de Michael Schumacher na era de ouro da Ferrari.

Em 2014, Sergio Marchionne, agora falecido, mandou Luca Di Montezemolo embora, uma vez que a Ferrari não vencia um título desde 2007. A situação não melhorou depois disso e agora não há muitas opções conhecidas na F1 para assumir o comando da equipe mais famosa da categoria.

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AS - www.autoracing.com.br

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