F1 – Levando os motores de Fórmula 1 ao limite

quinta-feira, 18 de novembro de 2010 às 13:20
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Antes de irem para as corridas, todos os motores da equipe Renault F1 passam por uma bateria de testes que simula as mais severas condições de utilização. Conheça as instalações da equipe Renault F1 em Viry-Châtillon, onde estas verdadeiras obras-primas da engenharia automotiva são levadas ao limite.

Um motor de Fórmula 1 é uma máquina de extremos. Com uma potência de 800 cv a 18.000 rpm, ele acelera os carros de 0 a 200 km/h em menos de cinco segundos. Por outro lado, ele deve apresentar níveis ímpares de durabilidade, sendo capaz de completar os mais de 300 quilômetros de uma corrida sem mostrar o menor sinal de fadiga. Para atingir este nível de desempenho e confiabilidade, os engenheiros da sede francesa da equipe Renault F1, em Viry-Châtillon, tem nos bancos de testes verdadeiros aliados.

A missão de um banco de testes é simples: submeter os motores V10 da equipe Renault F1 a todos os tipos de esforços que deverão enfrentar quando estiverem instalados nos carros de Fórmula 1. Além disso, são nestes equipamentos, que funcionam das oito da manhã até a meia noite, sete dias por semana, que novas soluções e tecnologias são desenvolvidas.

Todas essas tarefas são realizadas estaticamente nos laboratórios de Viry-Châtillon. Para que isso seja possível, os motores são conectados a uma variedade de dutos externos que lhes fornecem elementos vitais:

– Combustível: os motores recebem gasolina de vários tanques, cujas capacidades variam de 4.000 a 8.000 litros;

– Ar: necessário para a combustão;

– Extrator de ar: retira os gases quentes do sistema de exaustão, que atingem até 900ºC, levando-os para fora do prédio;

– Água e óleo: indispensáveis para refrigeração e lubrificação das partes móveis do motor;

– Eletricidade

Além disso, a extremidade do virabrequim é conectada a um freio elétrico que simula o trabalho das rodas traseiras, enquanto sondas monitoram uma longa lista de parâmetros que não podem ser medidos na pista, como a quantidade de combustível consumida (verificada pelo peso) e temperaturas do sistema de exaustão. O mais importante de todos estes parâmetros, porém, é a potência produzida. Com ela, os engenheiros estabelecem o objetivo de um determinado motor: seja a utilização em corrida ou nos testes de desenvolvimento.

Centro de controle

Os diferentes tipos de bancos de testes

As instalações de Viry-Châtillon incluem uma variedade de dispositivos, cada um projetado para um trabalho específico, da validação de determinadas peças à avaliação de um motor completo. Conheça-os a seguir:

-Bancos de teste de componentes mecânicos: são projetados para avaliar a performance e a resistência de peças individuais, como bombas de óleo, água ou combustível. Apenas estes elementos são conectados ao dispositivo. Outros bancos de testes específicos foram construídos para avaliar pistões e virabrequins em plena aceleração.

-Bancada de avaliação de cilindros: o objetivo destes dispositivos é analisar o funcionamento de um único cilindro do motor V10 por vez, com as atenções voltadas para as condições da combustão.

-Testes estáticos: são dois bancos para este tipo de avaliação em Viry-Chatillon. Mas a Mécachrome, parceira tecnológica da Renault, possui mais um. Motores completos são acoplados a um freio elétrico capaz de produzir altos valores de inércia (correspondentes aos esforços de frenagem) em curtos períodos, que são aplicados sempre na mesma velocidade do motor.

Mais de 200 parâmetros podem ser medidos durante um período de quatro segundos. Este trabalho é necessário para a produção de determinados gráficos (temperatura, consumo de combustível etc). O equipamento de Viry-Châtillon está voltado para o desenvolvimento de novas peças, enquanto a Mécachrome verifica a condição final dos motores antes de eles irem para a pista.

-Bancos dinâmicos: são os mais sofisticados equipamentos da área de motores. Utilizando motores elétricos, este dispositivo interage com os propulsores V10 e simula com precisão as condições de corrida que o motor irá enfrentar. Enquanto os bancos de testes estáticos, que demoram dez segundos para acelerar de 8.000 rpm a 18.000 rpm, os bancos dinâmicos requerem apenas 2/10 de segundo.

Há dois equipamentos deste tipo em Viry-Châtillon. Um deles é novo e permite ainda que uma caixa de câmbio seja utilizada em conjunto com o motor V10. Com dados colhidos no sistema de gerenciamento dos carros, por exemplo, pode-se reproduzir com perfeição cada frenagem, reaceleração ou travada de rodas de um dos pilotos da equipe em qualquer pista.

(29/10/03)

www.autoracing.com.br

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