F1 – Ideia de Horner baixaria muitos os custos e aumentaria competitividade

terça-feira, 21 de abril de 2020 às 14:04

Christian Horner

A pandemia de coronavírus está ameaçando a existência de muitas equipes de Formula 1, e o chefe da Red Bull, Christian Horner, acredita que é hora da F1 elevar uma de suas tradições mais longas para salvar o futuro do esporte.

Horner pediu à Fórmula 1 que permita que as equipes comprem carros de seus rivais, pois isso reduziria seus custos para apenas £ 63 milhões (USD 80 milhões) e ajudaria a manter as rodas girando durante o presente e o futuro próximo muito difícil que avizinha todo o mundo.

O regulamento da F1 afirma que todos os esquadrões “devem projetar e fabricar certas partes importantes de seus carros, incluindo o chassi, o que significa que os carros de cada equipe são únicos”. Isso elevou seus custos para uma média de £ 190 milhões por ano, enquanto as equipes tentam se superar na tentativa de vitórias.

O maior custo não é a construção do carro em si, mas em pesquisa e desenvolvimento para se chegar àquela carro, com a empresa controladora da Red Bull Racing gastando £ 118,1 milhões somente em 2018, de acordo com seu último balanço. Isso é quase seis vezes o valor gasto pelas equipes médias ou pequenas, de modo que eles têm poucas chances de sucesso. Isso alimentou a preocupação de que seus proprietários pudessem não conseguirem mais financiamento, com o chefe da McLaren, Zak Brown, dizendo recentemente à BBC que “podia ver quatro equipes desaparecendo”.

A F1 deve limitar os orçamentos das equipes a USD 150 milhões (anteriormente estava acertado em USD 175 milhões) no próximo ano, mas Horner teme que isso não funcione, que seja insuficiente. Os salários dos pilotos, assim como o desenho, desenvolvimento e fabricação dos motores, estão excluídos deste limite, portanto não há garantia de que isso tornaria as equipes menores mais competitivas. Horner diz que elas teriam mais chance caso se beneficiassem da experiência de seus irmãos maiores, que levou a Red Bull a quatro títulos da F1.

Permitir que as equipes ​​comprem seus carros “seria a maneira mais barata de resolver o problema, a situação e também a maneira mais rápida de ser competitivo”, diz Horner. “Você economizaria porque apenas operaria como uma equipe de corrida. Você teria um orçamento de desenvolvimento limitado para poder operar com bastante facilidade, eu pensaria muito confortavelmente, em USD 80 milhões”.

Reduziria seus custos em cerca de 67% e daria a eles um carro mais competitivo, enquanto as equipes maiores receberiam receita com a venda. Seria uma mudança significativa no DNA da F1 e isso é destacado nos documentos da empresa que afirmam que “uma diferença fundamental” entre a F1 e sua rival americana IndyCar é que “diferentemente da Fórmula 1, as equipes da IndyCar não precisam ser ‘construtoras’ de seus carros, resultando em menos diversidade de tecnologia em comparação com a Formula 1.”

A F1 pode precisar navegar pela obstrução da Williams para levar a proposta de ‘carros de clientes’ até a linha de chegada. A equipe familiar é a segunda equipe de maior sucesso na F1 e se orgulha de ter conseguido isso de forma independente. Permitir que as equipes comprem a experiência de seus rivais mudaria isso, então a Williams bloqueou a introdução de carros clientes no passado.

No entanto, os tempos mudaram desde então e a Williams terminou em último lugar nos últimos dois anos, apesar de ser movida pelo motor Mercedes, vencedor do campeonato. Para manter a equipe atuando, ela contratou um empréstimo de pelo menos 50 milhões de libras esterlinas dando em garantia seus carros e fábrica em Oxfordshire. O empréstimo foi do pai de um de seus pilotos, Nicholas Lafiti

“A Williams seria melhor comprando uma Mercedes e correndo com ela”, diz Horner. Ele teme que essa ideia seja bloqueada, apesar da gravidade da situação na F1, que viu as primeiras nove corridas da temporada receberem o sinal vermelho devido ao surto de coronavírus.

As equipes já concordaram verbalmente em reduzir o limite de orçamento para USD 150 milhões como uma medida provisória de corte de custos e Horner diz que acha que os carros dos clientes estão “provavelmente num segundo estágio. Não acho que esteja na agenda hoje, mas acho que deveria estar, pensado que agora seria a hora de fazer isso, mas às vezes não é possível salvar pessoas que não querem ser salvas.”

Ele acrescenta que é inútil bloquear carros clientes, já que a F1 está indo nessa direção, independentemente. Em 2015, a F1 relaxou seu regulamento para permitir que as equipes comprassem mais peças do que antes. A equipe americana Haas foi a primeira a tirar proveito disso e usa um chassi da fabricante italiana Dallara, que também projeta os carros para a série júnior F2.

O bilionário canadense Lawrence Stroll seguiu o exemplo e firmou uma parceria com a Mercedes, desde que comprou os ativos da equipe Force India em 2018 e a renomeou como Racing Point. Hoje a Racing Point parece uma cópia do carro da Mercedes de 2018.

Os carros dos clientes estão “acontecendo de qualquer maneira”, disse Horner. “Se você observar o que a Force India fez, ou o Racing Point, como são chamados hoje em dia, em vez de fazê-lo por engenharia reversa, basta vender-lhes os carros”.

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AS - www.autoracing.com.br

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