F1 – Hughes: Aston Martin pode ter o segundo carro mais rápido de 2021

sábado, 23 de janeiro de 2021 às 13:16

Racing Point e Mercedes

O especialista Mark Hughes acha que a “Mercedes Rosa” da Racing Point impressionou como o terceiro carro mais rápido em 2020, mas pode ultrapassar a Red Bull em 2021, já que a equipe renomeada como Aston Martin pode se beneficiar de uma nova atualização

Em teoria, a equipe com maior potencial de melhoria este ano – de acordo com Hughes – é a Aston Martin. O que pode soar estranho, já que em 2020 sua antecessora Racing Point foi, no geral, o terceiro carro mais rápido depois da Mercedes e da Red Bull.

Para este ano, a ‘Mercedes Rosa’ será substituída por uma Mercedes verde, mas com um ajuste vital da suspensão traseira que os Prateados fizeram em 2020 – o que foi absolutamente fundamental nos ganhos de desempenho que a Mercedes encontrou no ano anterior. A Racing Point foi baseada no Mercedes W10 2019, mas o modelo W11 do ano passado apresentava uma suspensão traseira muito melhorada na qual o braço traseiro foi montado na estrutura de colisão em vez da caixa de velocidades à sua frente. Isso permitiu que toda a suspensão fosse descolocada mais para trás, criando assim um grande volume para um fluxo de ar muito melhor entre os pneus traseiros e o difusor, aumentando consideravelmente o downforce debaixo do assoalho.

Isso não só criou mais downforce total, como também mudou o centro de pressão aerodinâmico do carro (o downforce equivalente à sua distribuição de peso), dando-lhe um tipo de aderência traseira que permitiria a Lewis Hamilton acertar o carro para permitir um turn-in muito agressivo sem que a traseira soltasse. Com este carro, apesar de sua longa distância entre-eixos, ele conseguiu a rotação rápida para as curvas que ele vinha procurando em vão desde 2017.

O Aston Martin 2021 ainda será essencialmente a cópia do W10, então pode não ser capaz, em teoria, de aproveitar ao máximo essa suspensão. Mas ainda há um ganho significativo a ser conquistado. Além disso, a atualização de suspensão vem livre do gasto de token de desenvolvimento a que cada equipe está restrita para conter custos durante a pandemia. Na Aston, esses tokens podem, assim, ser gastos em outros aspectos de desempenho do carro.

O novo carro da Ferrari também contará com uma nova traseira – mas teve que gastar seus tokens para fazê-lo. A AlphaTauri poderia, em teoria, usar a suspensão traseira da Red Bull de 2020 (em vez da de 2019) sob a mesma contingência da Aston – mas está optando por não fazê-lo porque sente que seu gasto com token poderia ser aplicado mais frutiferamente na dianteira de seu carro. A suspensão traseira dos Touros de 2020 acabou não se mostrando tão radical quanto a dos Prateados e não oferece os mesmos ganhos potenciais.

Mas isso é só o hardware. O que a Aston também tem a seu favor é um segundo ano de compreensão do carro. Apenas assumir o desenho de outra equipe não significa que você o entenda perfeitamente e, portanto, a melhor maneira de utilizá-lo. No ano passado a equipe ainda estava em uma viagem de descoberta de como o carro de comportava e reagia. Nas sete pistas sobrepostas 2019-20, onde os mesmos compostos de pneus foram usados, a Racing Point ainda se classificou 0,5seg mais lenta que a quase idêntica Mercedes 2019. Parte disso foi desempenho dos pilotos, mas não tudo.

Um segundo ano consecutivo com o carro deve permitir que essa equipe – mesmo sem a atualização da suspensão – ganhe mais apenas por entender melhor seu carro.

A mudança de nome da equipe é exatamente isso; nada fundamental está mudando por dentro. As mesmas pessoas ainda estão correndo e desenvolvendo o carro, com uma base estável e imperturbável. A única mudança é a de Sebastian Vettel tomando o lugar de Sergio Perez. Dado o desempenho abaixo da média de Vettel na temporada passada, este é o único ponto de interrogação sério – o que soa estranho a se dizer de um tetracampeão mundial, mas é assim que é. Mas o que Vettel mais anseia em um carro acima de tudo é a estabilidade traseira – que a Ferrari do ano passado não tinha. Foi notável que quando, no último terço da temporada, a Ferrari conseguiu melhorar esse aspecto de seu carro, o défice de Vettel para Charles Leclerc diminuiu.

Um carro equilibrado baseado na Mercedes, com uma atualização que coloca ainda mais estabilidade na traseira, soa exatamente como o tipo de carro em que Vettel pode começar a reconstruir sua reputação. Além disso, estando em uma equipe boa e descomplicada, ele certamente estará em um ambiente mais feliz do que em seus últimos anos e isso também só pode ser positivo em termos de seu desempenho pessoal.

Dependendo do progresso que a Red Bull-Honda e a Ferrari fizerem (e ambas têm grandes atualizações de motores chegando, bem como quaisquer desenvolvimentos que tenham feito para os próprios carros), a Aston Martin certamente tem uma chance realista de ser a segunda equipe mais rápida deste ano.

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AS - www.autoracing.com.br

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