F1 – Guia para entender a pré-temporada

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020 às 20:15

Circuito de Barcelona-Catalunha

Por Adauto Silva

Muitos fãs menos atentos dizem que a pré-temporada não vale nada, qualquer um faz o que quiser e os tempos não representam nada.

Isso era verdade até a década passada, quando os testes privados eram permitidos. Realmente naquela época na pré-temporada valia tudo, inclusive andar fora do regulamento com o carro mais leve e detonar. Ou andar mais devagar que o carro podia.

Quase ninguém mostrava seu potencial para os outros, uma vez que podiam andar em outras pistas sozinhos e conhecer o verdadeiro potencial do carro.

Mas a partir do momento que os testes privados foram proibidos, a pré-temporada passou a ser o único momento para as equipes testarem seus carros de verdade, conhecê-los de fato, além de serem obrigadas a andar dentro do regulamento.

Esse ano os testes foram reduzidos de 8 para 6 dias, portanto nenhuma equipe tem tempo a perder.

Como entender o que uma equipe faz em cada dia de treino?
O primeiro dia a maioria das equipes usa para saber se tudo no carro está funcionando e a confiabilidade dos equipamentos mais sensíveis. Ninguém força porque a chance de quebrar alguma coisa é a mais alta no ano.

Mas eu desconfio que o Hamilton deu sim uma forçada lá pela hora do nosso almoço aqui no Brasil.

No segundo dia pela manhã eles imprimem um ritmo mais forte de stints médios e longos pra ver o quanto o carro (UP, sistema hidráulico, freios e pneus) aguenta. Se tudo correr bem, no final da manhã lá deles, quem estiver no carro geralmente faz uma volta rápida.

Depois do almoço deles, começam as simulações de corrida e tem que prestar atenção se mudou o piloto (porque muda o acerto e a agenda), se foi tudo bem de manhã e quando o piloto vai acabar a simulação e fazer algumas voltas rápidas, talvez uma voadora. Lógico, isso serve para as equipes que não tiveram problemas, quebras ou batidas.

Não se esqueça que eles estão no inverno, portanto depende muito da temperatura da pista também. Com a pista mais quente possível a(s) volta(s) rápida(s) é melhor, bem melhor. Uma volta espetacular no início da manhã ou no final da tarde é extremamente representativa, já que essas são as piores horas para tentar uma volta voadora. Nesses dois horários uma volta com um “temporal” para aquele carro vale muito mais que se for dada entre às 11 horas da manhã e as 15:00 horas locais.

Não se esqueça que lá em Barcelona eles estão 4 horas na frente do horário de Brasília, que é o horário que você vê no nosso “ao vivo”. Se um piloto der uma volta espetacular tipo 13:30 horas daqui do nosso ao vivo, lá são 17:30 horas e a pista está gelada. Preste atenção nisso…

No terceiro dia eles vão tentar acertos diferentes pela manhã com stints médios e longos de novo. Voltas rápidas antes do almoço deles, quando a temperatura da pista está mais alta. Depois do almoço deles é hora de colocar o acerto que aquele piloto gostou mais de todos os dois dias anteriores e fazer stints de todos os tamanhos, curtos, médios e longos.

Se o piloto já estiver confortável no carro, a melhor hora para a volta voadora é durante as duas horas seguintes após o almoço deles. Aqui é entre 10 da manhã e meio-dia.

As simulações de corrida no terceiro dia – que nada mais são do que dois ou três stints em sequência – é aí que eles vão ver o quanto o carro é bom na corrida.

Na segunda semana dos testes de pré-temporada (26 a 28 de fevereiro), a agenda muda de acordo com o que aconteceu na primeira semana.

Mas isso é assunto para outro dia…

O teste será retomado amanhã às 8h, horário de Brasília, ao vivo aqui no Autoracing direto e Barcelona.

Adauto Silva
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