F1 – Gigante chinesa pode comprar a Aston Martin

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021 às 11:37

Toto Wolff e Lawrence Stroll

Enquanto todos F1 estão animados com Sebastian Vettel fazendo sua primeira visita à Aston Martin Racing, a situação financeira da empresa principal continua difícil. Lawrence Stroll e seus colegas investidores possuem participações em ambas as empresas e a equipe de corrida foi renomeada para promover a Aston Martin – mas são entidades totalmente separadas.

Para entender a situação, o preço das ações da Aston Martin tem estado bastante volátil. Não faz muito tempo que as ações estavam sendo negociadas a £19, o que colocou a capitalização de mercado em £ 4,3 bilhões. Mas no decorrer de 2019 elas caíram gradualmente para £10 e, em seguida, caiu acentuadamente no outono, quando a empresa emitiu um aviso de lucro. Então, em 2020, o COVID-19 chegou e as coisas pioraram bastante. Hoje, as ações valem £1,85, embora a emissão de novas ações signifique que a capitalização de mercado da empresa é de £ 2,13 bilhões. A empresa também tem uma dívida considerável (cerca de £ 1,2 bilhão), embora quando se trata do valor total, com dívida e caixa adicionado ao valor da ação, ainda é considerado que ela vale cerca de £ 4 bilhões, que é o que alguém precisará pagar para adquiri-la.

Esta manhã, houve uma história interessante do East Money da China, um site que observa os mercados financeiros, que sugeriu que a companhia chinesa BYD auto está se preparando para adquirir a empresa de automóveis Aston Martin, em um acordo em que compraria empresa britânica por £ 4,1 bilhões.

A BYD (que significa Build Your Dreams – Construa Seus Sonhos)) começou como uma empresa que produzia baterias elétricas recarregáveis. Hoje é o maior fornecedor de baterias recarregáveis do mundo. Comprou a Tsinchuan Automobile Company em 2002 e, embora sua gama atual inclua veículos elétricos, híbridos plug-in e veículos a gasolina, sempre foi uma empresa que visa construir carros elétricos. Em maio passado, a empresa anunciou planos de expandir para a Europa com um SUV e uma gama de veículos comerciais.

A BYD já está no Brasil fabricando baterias e chassi de ônibus elétrico em Campinas (SP) e ainda busca liderar a fabricação e vendas de painéis solares no país.

Na Europa ela tem uma joint venture com a Daimler para produzir carros elétricos de luxo usando a marca Denza. Deve-se lembrar, é claro, que a Daimler terá 20% da Aston Martin até 2023 em troca de um acordo de fornecimento de motores.

Deve-se lembrar também que no início de 2020 a Geely e a fabricante de baterias CATL ambos olharam para a aquisição da Aston Martin, mas perderam para o consórcio de Stroll. No entanto, desde então não tem sido um passeio fácil para a montadora, embora muito dependa das vendas do Aston Martin DBX, o primeiro SUV da empresa.

As coisas também foram alteradas um pouco pelo anúncio do governo britânico em outubro de que planeja proibir a venda de carros a gasolina e diesel até 2030, forçando os fabricantes de automóveis a desenvolver modelos elétricos, ou com combustíveis alternativos neutros em carbono. Alguns híbridos poderão ser vendidos até 2035, mas é isso. Isso pode matar a indústria automobilística britânica como a conhecemos hoje.

Se a Aston Martin trocar tudo para produzir carros elétricos de ponta, seu envolvimento na Fórmula 1 faria pouco sentido no momento, embora no futuro o esporte se moverá para mais hibridização em 2025 e talvez para a eletricidade total em 2030 ou 2035.

Mas nada ainda está claro, até porque a Fórmula 1 ainda pesquisa combustíveis alternativos neutros em carbono para somar-se à mais eletrificação num futuro de médio prazo. E há também o fato de que a equipe de Fórmula 1 – como dito acima – é uma empresa totalmente separada da montadora do mesmo nome, a Aston Martin.

O que está bastante claro é que o empresário Lawrence Stroll fez uma jogada de mestre ao adquirir 17% da montadora Aston Martin por 3 a 4 vezes menos do que supostamente os chineses estariam dispostos a pagar agora.

Toto Wolff, aconselhado por Stroll, também entrou nessa mesma jogada, embora com muito menos ações que Lawrence Stroll.

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AS - www.autoracing.com.br

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