F1 – Gastos dobrados com motores preocupam equipes

sábado, 2 de junho de 2018 às 9:51

Toto Wolff

As fabricantes de motores não deveriam ter que dobrar seus gastos para desenvolver motores atuais e futuros ao mesmo tempo, diz o chefe da Mercedes, Toto Wolff.

Enquanto a Fórmula 1 se prepara para desvendar os novos regulamentos de motor para 2021, as fabricantes planejam começar seu trabalho de preparação para desenvolver o novo motor. Mas se o esporte fizer qualquer mudança nos motores de 2019 e 2020, elas terão que realizar esse trabalho também, forçando-as a dobrar seus gastos.

Cyril Abiteboul, chefe da Renault, pediu à Fórmula 1 para congelar o desenvolvimento de motores nos próximos dois anos, para que as fabricantes de motores existentes não sejam prejudicadas pelas recém-chegadas. Wolff também tem essa ideia, já que o custo de desenvolver dois motores ao mesmo tempo pode ser significativo.

“A única coisa importante que precisamos resolver é que ainda estamos gastando muito em desenvolvimento de motores”, disse Wolff. “E o que precisamos evitar é dobrar os gastos nos próximos anos, continuando a desenvolver o mecanismo atual e depois também fazendo o novo”.

Apesar da Mercedes se opor à remoção do MGU-H, Wolff acredita que o esporte está indo na direção certa. “Nós desistimos de alguns dos pontos de vista. Aceitamos perder o MGU-H. Nós achamos que a tecnologia é um passo para trás, mas em termos de alcançar um compromisso para o benefício do espetáculo, com as rotações subindo, as limitações de combustível sumindo, acho que teremos um motor mais alto”, explicou.

“Não é a mensagem mais sustentável que estamos enviando, mas podemos entender do ponto de vista do espetáculo que é algo que você precisa considerar e aceitar. Então, na maioria dos tópicos, nós encontramos um acordo. Há uma discussão sobre as limitações do dinamômetro, mas não queremos continuar superando um ao outro com mais infraestrutura”, prosseguiu.

Mas a equipe alemã não está pronta para se comprometer em tudo e está aderindo às suas exigências quanto aos limites de combustível. “Eu tive um momento no grupo de estratégia, em que precisei falar com meu psicólogo de gerenciamento de raiva, quando falamos sobre acabar com as limitações de fluxo de combustível”, lembrou Wolff.

“Acho que não podemos fechar os olhos para o que está acontecendo no mundo. Sistemas híbridos de recuperação de energia estão em carros de rua, e eles precisam acontecer na F1, na minha opinião”, acredita o chefe da Mercedes.

“Mas também temos que entender em que o torcedor está interessado. Ele precisa da mensagem tecnológica, não pode passar sem a mensagem tecnológica na F1, mas precisa estar no nível em que reconhecemos que o espetáculo é importante. E chocar seus sentidos com um som do motor talvez seja algo que possamos melhorar”, concluiu ele.

EB - www.autoracing.com.br

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