F1 – FIA rejeita protesto da Red Bull contra a Mercedes

FIA

O sistema de direção de eixo duplo que a Mercedes usou nos testes de pré-temporada e na sexta-feira na Áustria foi liberado para uso pelos comissários após um protesto da Red Bull.

A Red Bull lançou formalmente um recurso contra o sistema hoje após as duas primeiras sessões de treinos, alegando que a Mercedes violou os artigos 3.8 e 10.2.3 do regulamento técnico de 2020, relacionados à influência na suspensão e na aerodinâmica.

Na reunião dos comissários, a Mercedes argumentou que o sistema está montado no lado totalmente suspenso do carro e não desempenha nenhum papel em levantar o carro ou isolá-lo das ondulações na pista.

Ele também argumentou que está totalmente montado no rack da direção hidráulica, não pode alterar o comprimento de nenhum dos componentes da suspensão e serve apenas para alterar o alinhamento das rodas dianteiras.

Os comissários na Áustria favoreceram a Mercedes após uma investigação sobre o sistema e determinaram que o DED (DAS em inglês) faz parte do sistema de direção, e não da suspensão.

Uma declaração dos comissários disse: “O sistema DED permite que o piloto ajuste o ângulo de convergência / divergência das rodas dianteiras por um movimento longitudinal do volante ao longo da coluna de direção. Portanto, o volante tem dois graus de liberdade:

– Grau de liberdade de rotação em torno do eixo da coluna de direção: fornece a resposta de direção convencional do carro

– Grau de liberdade longitudinal ao longo do eixo da coluna de direção: orienta as rodas independentemente uma da outra, ajustando a convergência / divergência.

“O DED é assistido hidraulicamente como qualquer sistema de direção de Fórmula 1 convencional, mas permanece sob o controle total do piloto o tempo todo.

“Fisicamente, o DED é integrado ao sistema de direção convencional do carro. Os organizadores acreditam que o DED faz parte do sistema de direção, embora não seja convencional.”

Como foi determinado o DED como parte do sistema de direção da Mercedes
Os comissários afirmaram que seria simples declarar o DED ilegal se ele não tivesse influência sobre a direção, no entanto, foi explicado em detalhes como chegaram à conclusão de que o sistema faz;

1) O artigo 1.2 declara que “pelo menos duas (rodas) são usadas na direção” e o artigo 10.4.1 declara que “não é permitido o realinhamento de mais de duas rodas”. Portanto, esses dois artigos limitam o número de rodas direcionais a 2, mas crucialmente não é feita referência a esse realinhamento com um único grau de liberdade (ou seja, a roda esquerda tendo uma única função de posição em relação à roda direita).

2) Não existe uma definição direta de direção, mas pode-se sugerir plausivelmente que:
a. A direção muda a direção do carro
b. Durante o movimento da direção, as rodas giram em torno de um eixo vertical ou quase vertical para mudar sua direção e, portanto, dirigir o carro.

3) Alterações na convergência / divergência afetam a direção do carro de duas maneiras:
a. Se a angulação das rodas mudar, o efeito será assimétrico e, portanto, a trajetória do carro mudará
b. Se o piloto virar volante, a resposta do carro dependerá do ângulo das rodas; portanto, a posição dianteira e traseira do DED terá um efeito de direção direta.

4) Mecanicamente, o DED realinha as duas rodas dianteiras pelo mesmo mecanismo central que a direção convencional. O fato de ele atuar no tirante é, acreditamos, inteiramente equivalente à direção convencional.

5) Um DED acionado hidraulicamente que permanece sob o controle total do piloto também é totalmente consistente com o sistema de direção convencional acionado hidraulicamente.

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