F1 – FIA não vai reabrir investigação da batida em Spa

terça-feira, 26 de agosto de 2014 às 9:42

Rosberg e Hamilton na Les Combes

O mundo da Fórmula 1 está dividido em relação às ações de Nico Rosberg no GP da Bélgica. Jenson Button, ex-companheiro de equipe de Lewis Hamilton na McLaren, acredita que o incidente foi no mínimo questionável.

“Não havia nada lá”, declarou ele a jornais britânicos. “Não havia espaço. É inacreditável. Eu sempre disse que o piloto que vence o campeonato mundial é aquele que faz o melhor trabalho no circuito, mas parece que não está sendo assim no momento. É uma pena que não seja uma luta mais limpa”.

Mas Button também acredita que Rosberg – na primeira disputa pelo campeonato de sua carreira – provavelmente também está sentindo a forte “pressão” da rara ocasião.

Entretanto, David Coulthard, ex-piloto de Fórmula 1, diz que prefere não julgar a “integridade esportiva” do alemão tão rapidamente.

“Você não pode furar o pneu de alguém de propósito. Na minha carreira, eu provavelmente perdi minha asa daquela maneira 10 vezes, porque você literalmente não consegue ver a frente do carro”, disse ele ao Telegraph. Parece que os comissários tomaram a decisão certa, mas deveria haver outra punição para ele. Não foi um incidente normal de corrida”.

Coulthard disse que a pilotagem de Rosberg foi mais “desastrada” do que deliberada, mas “houve um elemento de teimosia no que Nico fez. Ele levou um tapa na cara de Lewis no Bahrain e na Hungria, e talvez tenha sentido a necessidade de mostrar que não seria intimidado facilmente”.

Coulthard afirmou que a batida também deve ser vista no contexto do controverso incidente na classificação de Mônaco. “Se acontecer uma terceira vez? Talvez ele comece a ser considerado um piloto nos moldes de seu ex-companheiro de equipe Michael Schumacher, que costumava ir longe demais para vencer”.

Gerhard Berger, outro ex-piloto de Fórmula 1, tem uma avaliação mais complacente. “Claro, Nico foi o culpado”, declarou ele ao jornal alemão Bild. “Mas quando dois pilotos de tal calibre lutam roda a roda, algo pode acontecer”.

“Foi demonstrado que você pode ultrapassar naquela curva – não era uma manobra suicida. Foi um incidente normal de corrida. E não importa se aconteceu na segunda ou na 33ª volta – se você sente que pode passar, faz a tentativa. Nico não fez nada além disso, e é o que os fãs querem ver”.

Contudo, o que Rosberg pode ter deixado escapar na reunião pós corrida da Mercedes complica o caso. Hamilton e Toto Wolff, chefe da equipe, indicaram que Rosberg admitiu ter mantido seu traçado para “provar um ponto”. Isso pode aumentar o interesse da FIA, que tem autoridade para abrir uma investigação até mesmo depois do fato.

Mas Derek Warwick, ex-piloto e comissário regular da Fórmula 1, disse que, apesar de a pilotagem de Rosberg ter sido “tola”, é um “problema interno da Mercedes, e não um problema da FIA ou dos comissários”. E um porta-voz da federação declarou ao Daily Mail: “A FIA não vai interferir neste caso”.

“Apenas um ‘novo elemento’ que tivesse aparecido depois que os resultados se tornassem oficiais poderia justificar uma abertura de investigação. Um comentário supostamente feito em uma reunião interna e posteriormente negado pela própria equipe não pode ser considerado um ‘novo elemento'”, acrescentou o porta-voz.

O que está claro é que o que restou do abalado relacionamento entre Rosberg e Hamilton agora provavelmente é irreparável.

Ao ser questionado se os dois podem ser civilizados no restante da batalha em 2014, Niki Lauda, presidente da Mercedes, disse ao jornal Welt: “Quando penso na reunião de domingo, eu duvido. Mas essa é precisamente a tarefa do comando da equipe agora – estabelecer novamente esse relacionamento”.

Independente do resultado, Bernie Ecclestone está feliz. “O incidente criou muito interesse”, declarou ele à agência de notícias indiana PTI. “Isso é muito bom para a categoria”.

 

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