F1 – Ferrari resolve segurar atualização de seu motor

Mattia Binotto e Maurizio Arrivabene

A Ferrari confirmou que não vai apresentar um novo motor no GP da Itália deste fim de semana, porque pretende prolongar o tempo de desenvolvimento do seu quarto motor, que será sua unidade final para o campeonato de 2017.

A Mercedes surpreendeu o grid em Spa há uma semana, quando trouxe a última especificação de sua unidade de potência. O GP belga foi a última corrida antes da entrada em vigor da nova diretiva técnica da FIA quanto à quantidade máxima de óleo utilizável.

Os motores que foram introduzidos até o GP da Bélgica podem usar 1,2 litros de óleo por uma distância de 100 km. Após as alegações de que a Mercedes e a Ferrari queimavam óleo enquanto usavam seus modos especiais do motor, a FIA queria restringir a quantidade de combustível utilizável. De acordo com a nova diretiva técnica, os motores introduzidos no GP da Itália só poderão usar 0,9 litros de óleo por 100 km. No entanto, o montante anterior continua a ser o limite para os motores anteriores.

Alguns alegaram que os fabricantes fizeram um acordo de cavalheiros com o qual nenhum deles introduziria novos motores no GP da Bélgica. A Mercedes, no entanto, apresentou o seu mais recente motor em Spa, o que significa que eles podem manter o limite de 1,2 litros em todos os seus motores.

De acordo com as medidas, o lucro obtido pela Mercedes a partir de mais 0,3 litros de combustível vale cerca de 0,15 segundos em uma volta de classificação e cerca de 5 segundos ao longo de uma distância de uma corrida inteira.

A Ferrari deveria apresentar sua última especificação de motor para o Grande Prêmio em casa. No entanto, a equipe italiana não usará novos motores em Monza, em vez disso, eles usarão o motor que apresentaram em Silverstone e usaram na Hungria e Bélgica. Esta unidade também está configurada para completar sua quarta corrida.

“Não temos um novo motor para este fim de semana”, confirmou Sebastian Vettel na coletiva de imprensa da FIA hoje.

O tetracampeão alemão está confiante de que a decisão da Ferrari dará frutos mais tarde na temporada.

“Eu acho que estamos muito bem no alvo. Eu acho que seria muito bobo adiar por apenas por uma semana, então eu acho que estamos no plano, mas como eu disse, eu não não sei se isso era a única intenção ou se existem outras questões”.

A decisão da Ferrari de adiar a introdução do seu motor final é arriscada e corajosa em curto prazo. Ele abandona um possível ganho de potência e vai usar um motor rodado no circuito mais sensível à potência que já completou três corridas e, portanto, pode ter perdido algum desempenho devido ao seu desgaste.

No entanto, a Ferrari ganha algumas semanas de desenvolvimento. A próxima corrida será em Cingapura, onde pequenos ganhos de motor não fazem diferença significativa, então a introdução do motor final faria sentido no GP seguinte, que será na Malásia. Isso traria cinco semanas de tempo de desenvolvimento extra para a Ferrari em comparação com seu rival Mercedes.