F1 – Ferrari acelera sua unidade de vaidade

quarta-feira, 16 de abril de 2014 às 16:50

Luca di Montezemolo e Stefano Domenicali

De Maurice Hamilton, ESPN F1

“Alguém sabe onde Ross Brawn está?” Você imagina que esta foi uma conversa habitual nas oficinas de Maranello quando se tornou pública a notícia que Stefano Domenicali se ofereceu (foi o que disseram) como um cordeiro sacrifical. A questão seguinte (murmurada fora do alcance dos ouvidos das chefias) deveria ter sido: “De qualquer forma, que porcaria ganhamos ao culpar Stefano?”

A Ferrari está na m***, sem dúvida nenhuma. O problema é que o homem lá em cima não gosta de andar nela com seus sapatos de luxo. Luca di Montezemolo prefere fazer beicinho e posar quando uma câmera aparece. Para o presidente da Ferrari, o que importa é a participação do público em seu momento de angústia pessoal, quando os carros vermelhos estão sendo compreensivelmente vencidos. Para Luca, trata-se de passar rapidamente para trás o cabelo à maneira de uma irritada Marilyn Monroe, em vez de se cerrar as mandíbulas como Paul Newman quando cercado por bandidos. Domenicali levando um cascudo pela confusão atual, não é digno de um filme classe B.

O problema de Stefano é que ele é um cara legal – legal demais provavelmente – que estava escondido fazendo nada se a Ferrari não o fizesse assumir após o comando ‘estilo imperial’ de Jean Todt.

No caso de Domenicali, adicione a pressão sem precedentes da expectativa nacional e terá a areia movediça da cultura da culpa esperando para arrastá-lo para baixo, com o seu chefe ao lado se envaidecendo em vez de jogar uma tábua de salvação.

Montezemolo realmente deveria dar uma olhada no espelho (quero dizer que, é claro, no sentido metafórico e não na prática, com a qual ele está bem familiarizado). Não foi o chefe da Ferrari, que forçou para as regras de 2014 serem alteradas do motor de quatro cilindros proposto para o V6 atual? Eu acredito que foi. E não é Montezemolo que, depois de concordar com o novo pacote, está atualmente desvalorizando a F1 porque sua equipe não consegue acertar? Eu acredito que é.

O fato é que a Ferrari não conseguiu produzir um pacote decente nestes dois anos e meio, desde que os regulamentos foram publicados. Fim de papo. Estar fora do ritmo, ocasionalmente, é da natureza da F1. A Ferrari já esteve lá antes – como em 1962, 1969, 1973, 1980, 1992, 1993, 1995 e 2009.

Montezemolo é um homem encantador e o melodrama latino que circunda todos os seus movimentos em público, tem o seu lugar num sentido divertido. Mas este não é o momento para teatro. É tudo sobre as unidades de potência, não unidades de vaidade. A questão em Maranello agora deve ser: “Alguém tem o número do telefone de Andy Cowell na Mercedes Benz High Perfomance Engines?”

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