F1 – Equipes resistirão à mudança na regra do difusor

As equipes da Fórmula 1 deverão resistir à tentativa da FIA de mudar o regulamento do difusor alimentado pelos gases de escape neste ano.

O chefe da Renault, Eric Boullier, cuja equipe tem o uso mais complexo de um assoalho com seu escapamento voltado para a frente, não entende porque existe a necessidade de uma mudança.

“Isso foi uma surpresa, saiu completamente do nada”, declarou Boullier ao site Autosport. “Eu entendo algumas das razões técnicas de Charlie (Whiting, delegado técnico da FIA), mas nós demonstramos que não concordamos com isso”.

“Para mim, é estranho que saia do nada deste jeito, pois uma mudança no regulamento durante a temporada é sempre difícil. E mesmo que Charlie diga que não é uma alteração no regulamento, parece que é”.

“Não custa muito dinheiro fazer isso, é só o mapeamento do motor. Todos estão buscando performance, portanto não vejo porque deveríamos ser forçados a mudar. Porém, nós não fazemos as regras do campeonato. A FIA faz”.

O chefe da Red Bull, Christian Horner, duvida que as equipes apoiarão o banimento na reunião do Grupo de Trabalho Técnico da Fórmula 1 (TWG) no próximo mês.

“Acredito que é uma coisa responsável discutir o assunto no TWG”, explicou Horner. “Creio que é o local certo para discutirmos isso, e tenho certeza que haverá um debate positivo lá. Se é algo exigido para este ano ou o próximo, eu duvido que tenhamos um consentimento unânime para este ano – é minha opinião pessoal. Mas vamos ver”.

Ao ser questionado se a Red Bull havia pedido à FIA para adiar a proibição, Horner disse: “Nós adotamos uma visão pragmática. Na última semana, certamente sentimos que era algo que a FIA queria, portanto, em nossa opinião, afetaria muitas equipes da mesma maneira, e talvez algumas mais do que outras, mas não ficamos preocupados demais com isso”.

“Contudo, seria demorado passar tempo pensando em uma alternativa quando isso não era necessário”.

Apesar de se entender que equipes como a Red Bull usam cerca de 45 por cento do fluxo dos gases de escape para os difusores quando o piloto tira o pé do acelerador, fontes sugerem que o uso da Renault chega a 95 por cento – então, um limite de 10 por cento como o proposto pela FIA exigiria uma grande alteração no modo de operação de seu carro.

“Definitivamente, seríamos afetados”, disse Boullier. “Portanto, vamos resistir, sim, com certeza. Mas respeitaremos a decisão da FIA – e Charlie aceitou escutar, discutir e entender. Se depois disso ele ainda quiser proibir, por que lutar mais? Eles decidem o regulamento, e se quiserem se livrar claramente disso, nós teremos de aceitar”.

LS – www.autoracing.com.br