F1 – Equipes pequenas não querem ser “fantoches” das grandes

Williams e Force India

As equipes pequenas da Fórmula 1 estão exercendo uma forte pressão contra as últimas tentativas de introduzir a compra de carros.

Quatro equipes – Manor, Force India, Sauber e Lotus – estão supostamente correndo o risco de colapso financeiro, e talvez já em 2015, de acordo com a Auto Motor und Sport da Alemanha.

Elas estão pedindo motores mais baratos e uma distribuição mais justa dos bilhões de dólares em renda oficial da categoria. No entanto, a solução apresentada por Bernie Ecclestone e as equipes grandes é a compra de carros.

A mais recente iteração é que as grandes como Ferrari e Mercedes teriam quatro carros cada uma, fornecendo dois a uma parceira satélite que perderia seu status de construtora.

“Nós perderíamos nossa independência”, insiste Bob Fernley, da Force India. “Eles nos diriam quais pilotos contratar e em quem deveríamos votar, e não queremos isso”.

Pat Symonds, um engenheiro veterano da Williams que viu a Fórmula 1 da perspectiva de equipes campeãs e do final do grid, também está seriamente preocupado.

“Eu nunca fiquei realmente preocupado com a Fórmula 1 como estou agora”, admitiu ele. “A compra de carros é uma maneira de mandar a categoria para o túmulo”.

Fernley explicou: “Uma vez cliente, sempre cliente. Nós teríamos de demitir nossos projetistas, vender nossas máquinas, abrir mão de nossa capacidade técnica. Não há como voltar atrás. Como clientes, nós seríamos apenas fantoches de uma montadora”.

A Sauber conhece bem a história, já que precisou desistir de construir suas próprias caixas de câmbio durante a era BMW porque a companhia alemã desenvolvia sua tecnologia em Munique. Com a saída da BMW, a equipe suíça tem de comprar uma caixa de câmbio completa da Ferrari.

“Não temos mais a capacidade técnica para isso”, admitiu Beat Zehnder, diretor da Sauber. “E seria igual em todas as outras áreas” se a compra de carros entrasse em vigor, acrescentou ele.

Symonds sabe por que as equipes grandes estão propondo a compra de carros ao invés de aceitarem a necessidade de reduzir seus orçamentos gigantescos.

“Se todas as equipes tivessem de correr amanhã com os 120 milhões de libras que nós temos, a Williams venceria o campeonato mundial. Porque estamos acostumados a operar de modo eficiente com essa quantia de dinheiro”.