F1 – Equipes menores acreditam que as maiores querem o poder com carros clientes

Bob Fernley

As equipes independentes de Fórmula 1 estão se preparando para uma nova batalha contra as grandes fabricantes, que segundo elas estão tentando assumir o poder ao impor regras de carros clientes. Ferrari, Mercedes, McLaren e Red Bull não estão dispostas a fazer concessões para ajudar as equipes pequenas, e querem ceder seus carros antigos para as menores competirem, o que poderia causar um desequilíbrio financeiro ainda maior, bem como uma dependência.

“Eu acredito que as equipes independentes têm que se unir para tentar obter algumas mudanças na F1 para torná-la sustentável para todas as partes envolvidas, tornando-a razoavelmente competitiva”, disse o vice-diretor da Force India, Bob Fernley, ao site Autosport.

“O fato de não ter havido qualquer movimentação das quatro fabricantes para apoiar qualquer forma de controle de custos, de terem rejeitado qualquer forma de uma melhor redistribuição de renda, e de nem mesmo quererem a redução dos custos de desenvolvimento, mostra que elas têm uma outra agenda. E essa agenda, creio eu, é sobre a obtenção do controle total do poder do ponto de vista financeiro. O carro cliente é a peça final do quebra-cabeças para conseguir isso”, prosseguiu ele.

“Eu disse no ano passado em Austin que havia uma agenda das grandes equipes para tirar as equipes independentes, e não houve nada que mudasse a minha opinião sobre isso. Não houve nenhuma ação dessas equipes. Eu acredito que elas visam tomar o poder”, concluiu Fernley.

As quatro equipes citadas fizeram uma reunião neste fim de semana no Canadá, juntamente com o diretor de provas da FIA, Charlie Whiting. A meta era elaborar uma proposta para adoção de carros clientes que pudesse satisfazer as escuderias menores. Williams e Force India, equipes independentes que fazem parte do Grupo de Estratégia, não estavam presentes.

Chefe da Sauber, Monisha Kaltenborn também expressou suas preocupações. “Como é esse sistema de carros clientes? É basicamente uma forma, com os interesses comerciais por trás, das equipes que querem fazê-lo terem mais renda que de outra forma não poderiam ter. Não é para isso o que os outros participantes estão aqui, e não é o que as pessoas querem ver do lado de fora”, disparou.