F1 – E agora, o que acontecerá no mercado de pilotos?

terça-feira, 7 de janeiro de 2020 às 13:10

Hamilton e Vettel

A precoce extensão de contrato de Max Verstappen com os Touros tem algumas consequências imediatas no grid da Formula 1 para o que ainda pode ser um ano emocionante em termos de possíveis mudanças de pilotos.

Para Red Bull e Honda, é uma vitória enorme. Verstappen sai do mercado de uma vez por todas deixando Hamilton muito mais forte para negociar seu novo contrato com a Mercedes, sendo essas as duas consequências mais óbvias.

Muito importante é o endosso da parceria da Red Bull com a Honda. Imediatamente após a extensão ser confirmada, Verstappen twittou seu desejo de ganhar um campeonato com a equipe que o apoia desde o início de sua carreira na F1.

A parceria Red Bull-Honda está atualmente contratada somente até o final de 2021, então a decisão de Verstappen de se comprometer além disso mostra muita fé no sucesso do projeto nas próximas duas temporadas. Verstappen conquistou três vitórias com a UP da Honda em 2019, e há uma forte sensação na equipe de que ele pode aproveitar esse sucesso este ano, enquanto a revisão completa dos regulamentos da F1 em 2021 faz a equipe sonhar em se reafirmar como a grande força dominante mais uma vez.

A extensão significa que as duas estrelas mais brilhantes do futuro, Verstappen e Charles Leclerc, da Ferrari, estão presas em suas equipes atuais no futuro próximo.

A atenção do mercado agora muda para os dois pilotos mais bem-sucedidos da era moderna.

O acordo de Verstappen foi confirmado no 35º aniversário de Lewis Hamilton e é um presentão para o hexacampeão mundial, pois como dito acima, reforçará muito sua posição ao discutir seu futuro com a Mercedes este ano, o último de seu contrato atual. Nas últimas semanas da temporada de 2019, Hamilton falou abertamente sobre a perspectiva de uma grande mudança para a Ferrari após reuniões com o presidente da empresa, John Elkann.

O link Hamilton-Ferrari não é novo, mas Hamilton nunca falou tão abertamente sobre essa possibilidade. A ideia de guiar para os Vermelhos é tentadora para qualquer piloto, mas a perspectiva adicional de acabar com a seca de campeonatos da equipe italiana e, supondo que ele conquiste o sétimo título antes de deixar a Mercedes, quebrar o recorde de Michael Schumacher em um carro vermelho só deve aumentar o apelo de uma mudança nos últimos dias de sua carreira.

Desde então, a Ferrari chamou a especulação que se seguiu às reuniões de Hamilton com Elkann de “totalmente prematura”, mas a mera sugestão de uma mudança deixa Hamilton em uma posição muito forte em suas negociações. Foi o suficiente para perturbar os chefes da Red Bull – Helmut Marko disse à Auto Motor und Sport depois que o acordo de Verstappen foi anunciado, que ele estava preocupado com a perspectiva de o holandês acabar na Mercedes.

Com Verstappen fora do mercado, os Prateados não podem mais usar a perspectiva de contratar o holandês como alavanca para negociar com Hamilton. O fato de a Mercedes manter Valtteri Bottas em uma sucessão de prorrogações de um ano prova que os Prateados não estão convencidos dele como uma opção a longo prazo, e é quase impossível imaginar a equipe entrando em 2021 com o finlandês como seu principal piloto. Se Hamilton sair, não há alternativas que correspondam ao calibre de Verstappen, então o anúncio de terça-feira apenas aumentou a perspectiva de a Mercedes fechar um acordo com “o homem”.

O ex-companheiro de Verstappen, Daniel Ricciardo, parece a segunda melhor opção disponível para substituir Hamilton, mas ele passou 2019 definhando no meio do pelotão depois de se mudar para a Renault. Ricciardo ainda tem bastante crédito na F1 por sua forte passagem de cinco anos pela Red Bull, onde ele foi um vencedor de corridas que estabeleceu uma reputação como um dos talentos mais brilhantes e fáceis de trabalhar do grid. Ele espera que o brilho daqueles dias não tenha desaparecido completamente quando estiver conversando com outras equipes importantes este ano.

Daniel Ricciardo

Ricciardo deve estar de olho na sorte de outro ex-companheiro de equipe este ano, Sebastian Vettel, da Ferrari. Como Hamilton, Vettel está entrando no último ano de seu acordo, mas seu futuro parece mais incerto do que nunca. A duração do contrato de Leclerc sugere que o piloto mais jovem agora é visto como o futuro a longo prazo da equipe italiana, e o passado recente e repleto de erros de Vettel o deixou nas cordas para esta temporada de 2020.

Para a Ferrari, as coisas não mudaram muito. Se os Vermelhos decidirem não seguir em frente com Vettel, terão Ricciardo como uma opção rápida e confiável, se Hamilton decidir ficar na Mercedes – com facilidade, Ricciardo fala italiano fluentemente e pode-se esperar que ele se adapte rapidamente à vida de volta na frente do grid.

O estado do relacionamento entre Leclerc e Vettel até o final de 2020 também terá um papel fundamental, já que em 2019 foi tenso. Mesmo que a ameaça de Hamilton e Ricciardo estarem no mercado desencadeie uma reviravolta na forma de Vettel, a equipe pode considerar contraproducente continuar com a dupla, se os dois continuarem em choque nesta temporada, especialmente se a equipe achar que está bem posicionada para vencer o campeonato em 2020 e/ou em 2021.

Não parece haver ramificações óbvias em outros pilotos, além do acordo de Verstappen, reduzindo as chances de uma série louca de movimentos com implicações em todo o grid.

O acordo de Verstappen confirma que ele é o líder de fato da Red Bull e a operação da equipe certamente continuará sendo moldada em torno dele. Más notícias, então, para o companheiro de equipe Alexander Albon? Na verdade, não, pois Albon tem coisas maiores com que se preocupar em 2020, como garantir uma estadia de longo prazo na equipe. Para fazer isso, ele deve diminuir a distância para Verstappen na pista para garantir que ele não esteja olhando por cima do ombro para Pierre Gasly, da Toro Rosso, nas férias de verão em agosto.

Com a Ferrari e a Red Bull comprometendo-se com suas jovens estrelas em ascensão, o júnior da Mercedes, George Russell, bem cotado, pode até se sentir melhor sobre suas chances de subir da Williams para a Mercedes até 2021. Um ponto positivo para Russell, que venceu o campeonato de F2 em 2018, é que seu futuro não depende do próximo passo de Hamilton – Bottas fez pouco para sugerir que ele pode ganhar um campeonato na Mercedes e está em outro contrato de um ano com o fabricante alemão, então Russell parece um candidato muito forte para guiar um carro prateado na próxima temporada.

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