F1 – Detritos ou falhas catastróficas?

segunda-feira, 7 de junho de 2021 às 18:42

Lance Ídolo Stroll – Baku 2021

A Pirelli é a única fornecedora de pneus da F1 desde 2011 e já enfrentou várias críticas pelos pneus fornecidos no passado. Em 2020, Lewis Hamilton venceu o GP da Inglaterra com três rodas depois que um pneu dechapou na última volta, e Max Verstappen abandonou quando seu pneu estourou no meio da corrida em Imola.

Em 2021, os pilotos também não ficaram satisfeitos com os compostos após os testes realizados em 2020. Hamilton continuou dizendo que eles eram “três quilos mais pesados e um segundo mais lentos”, e é seguro dizer que suas preocupações aumentaram após o GP do Azerbaijão, no domingo.

Dois pilotos que tiveram seríssimos problemas com os pneus na corrida de ontem foram Lance Stroll e Max Verstappen. Ambos sofreram falhas catastróficas nos pneus no longo trecho de 2.200 metros de pé cravado da pista.

Embora Stroll tenha dito no rádio após o acidente que foi “um furo”, as imagens posteriores mostraram que o Pirelli havia sofrido erosão na parede lateral interna. A carcaça parecia ter se partido completamente ao longo do ombro do pneu.

Naquela hora, Stroll, que havia largado com pneus de composto duro, estava fazendo o maior trecho do que qualquer outro piloto. Embora, antes da corrida, a Pirelli tivesse dito que os pneus duros durariam pelo menos 40 voltas, o carro da Aston Martin havia sofrido a falha apenas na 30ª volta da corrida.

Foi um pouco estranho, considerando que são pistas muito diferentes, que a Pirelli tenha trazido exatamente os mesmos tipos de pneus para Baku que levou para Mônaco. A pista de rua de Monte Carlo tem baixa potência, baixa velocidade e a volta mais curta no calendário da F1. Baku tem alta potência, alta velocidade e é um dos circuitos mais longos, com uma enorme reta de 2,2 quilômetros – aquela em que os dois acidentes aconteceram.

Em 2019, a Pirelli trouxe pneus um nível mais duro para esta pista, mas para 2021 foram os compostos C5, C4 e C3 – os mais macios disponíveis para qualquer corrida. E pneus mais macios, especialmente com altas velocidades e grandes cargas sendo colocadas neles, duram menos distância do que pneus mais duros, então quando você vê o estouro de Stroll, é fácil pensar que a previsão da Pirelli foi mal calculada.

Mas as equipes acreditavam que estavam gerenciando bem os pneus. Na volta 46, os gráficos analíticos da F1 – que dividem a opiniões na própria F1 – mostravam que Sergio Perez, naquele momento em P2 e se defendendo de Hamilton, tinha reduzido a 10% a vida dos pneus dianteiros, seja lá qual for a estatística de onde eles tiram esses dados.

Lando Norris disse que sentiu vibrações, o que talvez não fosse surpreendente, visto que àquela altura ele havia feito 37 voltas no composto duro, sete a mais do que Stroll antes de decidirem que não estavam prontos para mais uma volta.

Mas não foram os pneus de Norris que explodiram. Max Verstappen, liderando a corrida, basicamente reproduziu o incidente de Stroll, quando sua traseira esquerda cedeu e jogou o carro de Verstappen contra o muro. Felizmente, nenhum dos pilotos sofreu alguma lesão, apesar da força G altíssima que o impacto causou em seus corpos, embora Verstappen tenha tido que fazer exames médicos obrigatórios.

O pit wall da Red Bull se comunicou por rádio com o controle de corrida depois que um safety car foi chamado, dizendo ao diretor de corrida, Michael Masi, que a corrida precisava ter bandeira vermelha porque eles não haviam recebido nenhum aviso de que os pneus de Verstappen estourariam.

A mensagem de Jonathan Wheatley (diretor esportivo da Red Bull) que foi transmitida na transmissão da F1: “Michael, eu sei que você está ocupado, mas não recebemos nenhum aviso sobre essa falha, nenhuma métrica, nenhuma vibração. Nosso ponto é: considere a bandeira vermelha e a oportunidade para todos trocarem os pneus.”

É possível – mas improvável – que a equipe tivesse um motivo oculto para pressionar por uma bandeira vermelha, já que os próprios Touros e Perez disseram após a corrida que seu carro estava à beira de uma pane hidráulica, mas também seria legítimo e mais provável estarem preocupados com segurança, pois havia um risco real de vários carros sofrerem o mesmo problema ao mesmo tempo nas voltas finais da corrida.

AS - www.autoracing.com.br

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