F1 – Conheça a rotina da Ferrari em um final de semana de GP

quarta-feira, 24 de novembro de 2010 às 22:18

Muita gente nos pergunta como é a rotina de uma equipe de Formula 1 durante um final de semana de corrida. Como a equipe chega no acerto ideal do carro, quando define a estratégia, como usa os treinos livres, qual o objetivo de cada parte da classificação, quantas e como são feitas as reuniões com os pilotos, quando e como é decidido qual dos pilotos vai com a estratégia mais agressiva para a corrida.

Então falamos com Luca Baldisseri, diretor da Ferrari, que desvenda a rotina da escuderia de Maranello em um final de semana de GP. O dirigente fala em detalhes sobre os três dias de atividades, começando no primeiro treino livre de sexta-feira e terminando após a prova no domingo

Pit stop de Kimi Raikkonen

SEXTA-FEIRA

“Sexta pela manhã temos que considerar que as condições da pista estão muito diferentes do que estarão no sábado e no domingo. Então executamos uma checagem inicial. Utilizamos geralmente os pneus mais duros, pois a pista está muito suja e não queremos destruir os mais macios.

A segunda sessão livre nos ajuda a entender em qual direção devemos ir, além da preocupação com o acerto para a corrida. Os dois pilotos trabalham normalmente ao mesmo tempo, e há poucas diferenças entre as tarefas deles. Geralmente os treinos livres são usados para experiências.

Massa ao lado de Michael Schumacher

Após cada treino nós criamos listas de checagem com os pilotos. Detalhamos todos os componentes, de aceleração a consistência em frenagens e relação de marchas. Após 10 minutos nós checamos os pneus com a Bridgestone. A escolha do acerto é feita de acordo com as respostas das nossas listas e as informações dos pilotos.

Sexta-feira às 18h30 temos uma reunião com os pilotos, para decidir o cronograma do sábado. A reunião continua sem os pilotos e discutimos o acerto dos carros. Depois analisamos as listas de checagem para o motor, caixa de câmbio, freios e sistema do carro passo a passo. No final do dia temos uma reunião geral com a Bridgestone, que nos dá os dados relativos aos pneus”.

Felipe Massa andando na chuva

SÁBADO

“Durante o terceiro treino nós rodamos trechos mais longos para checar o acerto do carro com combustível e simulamos a primeira parte da corrida. Usualmente as equipes que não estarão no Q3 também andam com menos gasolina, e as demais precisam achar o equilíbrio entre velocidade e consistência. Nas duas horas entre a sessão livre e a classificação nós confrontamos os dados coletados na sexta e no sábado, para achar a estratégia mais eficiente.

Rob Smedley e Massa

Durante o Q2 e o Q3 estamos decidindo a estratégia. Os pilotos fazem algumas voltas, onde podem completar as suas primeiras paradas. O mais rápido no Q2 tem a prioridade. A diferença entre uma estratégia mais agressiva e uma mais conservadora é 4/5 de uma volta com alto consumo. Sobe para dez com um consumo mais moderado. No Q3 os pilotos fazem três tentativas com três voltas. No final do dia, há uma reunião com os pilotos e outra para checar as últimas coisas e discutir a confiabilidade. Também analisamos outros dados, coletados em testes anteriores, simulações ou na corrida do ano passado”.

Luca Baldisseri

DOMINGO

“Temos a nossa última reunião três horas antes da largada. Consideramos diferentes cenários e o desgaste dos pneus. Também escolhemos os pneus de acordo com o clima e a temperatura. Consideramos as posições de largada dos nossos pilotos e quem estará à frente e atrás deles. Propomos estratégias diferentes para o começo da corrida.

Temos poucas mudanças na estratégia durante a corrida, dependendo de fatores externos como acidentes, Safety Car e mudanças no tempo. Após a prova temos mais uma reunião, onde os pilotos falam sobre a dirigibilidade do carro e o desgaste dos pneus. Isso é muito importante para as corridas posteriores”.

Kimi Raikkonen em ação

Eduardo Behling
www.autoracing.com.br

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.