F1 – Carlos Reutemann falece aos 79 anos

quarta-feira, 7 de julho de 2021 às 20:19

Carlos Reutemann na Ferrari em 1978

O ex-piloto de Fórmula 1 e político argentino Carlos Reutemann, que competiu por mais de uma década no topo do automobilismo mundial, morreu nesta quarta-feira aos 79 anos.

Reutemann havia se submetido a uma cirurgia em Nova York para um tumor hepático em 2017 e lutou para recuperar a saúde plena.

“Papai saiu em paz e dignidade depois de lutar como um campeão com um coração forte e nobre que o acompanhou até o fim”, tuitou sua filha Cora.

Em uma carreira marcada pelo brilhantismo ao volante e obstinação, Reutemann foi considerado o maior piloto argentino depois do pentacampeão mundial Juan Manuel Fangio, cujo apogeu foi na década de 1950.

Filho de um criador de gado da província de Santa Fé, Reutemann foi vice-campeão da Fórmula 1 para o brasileiro Nelson Piquet em 1981, após ficar em terceiro em 1975, 1978 e 1980.

“Ele foi uma grande parte do nosso esporte por muitos anos e foi um lutador até o fim. Ele fará muita falta”, disse a Fórmula 1 em um comunicado.

O argentino entrou na Fórmula 1 em 1972 e se juntou à equipe Brabham de Bernie Ecclestone ao lado do então bicampeão mundial Graham Hill. Ele fez uma estreia sensacional, colocando seu carro na pole position para o GP em Buenos Aires antes de terminar em sétimo.

Ele também correu pela Ferrari, liderando a equipe italiana em 1978 depois de ser ofuscado por Niki Lauda em 1977, e depois ingressou na Lotus em 1979. Essa foi uma decisão ruim, com a Ferrari terminando em primeiro e segundo no campeonato daquele ano e Reutemann em um distante sexto.

Ele então foi para a Williams em 1980.

“Estamos tristes ao saber do falecimento de nosso ex-piloto Carlos Reutemann, vencedor de três GPs para a Williams durante sua carreira. Nossos pensamentos vão para sua família e amigos neste momento difícil”, tuitou a Williams Racing.

Em 1981, ele ignorou as instruções da equipe no Brasil, recusando-se a deixar Alan Jones passar pela vitória, mas liderou o campeonato antes da final em Las Vegas, onde se classificou na pole.

A partir dessa “desobediência” ele foi claramente prejudicado pela própria equipe, inclusive na corrida final daquela temporada, quando foi derrotado pelo companheiro de equipe Jones – ao som de risadas da direção da Williams – , e Piquet tornou-se campeão por um único ponto.

Apelidado de “Lole” em uma referência distorcida ao seu amor por porcos – “los lechones” em espanhol – ele deixou o esporte abruptamente após o GP do Brasil em 1982, tendo corrido em 146 grandes prêmios, com 12 vitórias e 46 pódios.

Depois de tentar sua sorte no Campeonato Mundial de Rally em 1985, Reutemann voltou-se para a política e foi eleito governador da província de Santa Fé, servindo de 1991 a 1995 e depois de 1999 a 2003.

Em 2003, foi eleito senador por Santa Fé e reeleito em 2009 e 2015. Ele se recusou a concorrer à presidência em 2002, embora as pesquisas mostrassem que ele seria um dos principais candidatos.

Conhecido por sua indiferença à fama, ele falhou no lançamento de seu próprio livro em 1998, depois de trabalhar por anos com um escritor fantasma. “Esse é Reutemann”, disse o escritor Alfredo Parga na época.

AS - www.autoracing.com.br

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