F1 busca deixar motores V6 turbo mais “barulhentos”

Motor Mercedes V6 turbo

A F1 tenta manter seus novos motores V6 turbo tão barulhentos quanto possível, apesar da preocupação ambiental. Os primeiros sons revelados dos propulsores se mostraram bem diferentes e mais abafados do que os atuais V8 aspirados, que irão encerrar sua era após o GP do Brasil em novembro.

“Bem, com certeza, o som do motor é muito importante, não há dúvida sobre isso”, disse Stefano Domenicali, chefe da Ferrari, que já contou com propulsores V12 e V10 em sua história. “Nós vamos ter os V6 turbo e então é só uma questão de afinar o som, que é vital para o show”.

Monisha Kaltenborn, chefe da Sauber, salienta que as fornecedoras de motores estão sendo requisitadas a assegurar que a F1 permaneça tão barulhenta quanto possível, apesar de sua nova era “verde”. “Tenho plena confiança de que a Ferrari (parceira da Sauber) vai resolver esse problema”, afirmou ela, referindo-se ao som dos turbos.

“Tenho participado de muitas reuniões onde Bernie (Ecclestone) absolutamente insiste que não pode haver problema em matéria de ruídos”, declarou Vijay Mallya, chefe da Force India, que terá os motores Mercedes.

Ross Brawn, chefe da Mercedes, acredita que os fãs também não devem se preocupar muito com o que estão ouvindo na internet até agora. “Eu não acho que essas gravações sejam muito representantativas. Vamos ver como vai soar nas pistas”, comentou.

Mas tendo uma abordagem radicalmente diferente está a nova “Fórmula E”, cujos carros irão operar com energia elétrica em circuitos de rua e onde a palavra de ordem é “ver” e não “ouvir”.

“Eu não gosto disso (Fórmula E) no geral”, disparou Sebastian Vettel, piloto da Red Bull. “Acho que as pessoas vêm aqui para sentir a F1 e não há muito a se sentir quando um carro passa e você não o ouve, apenas o vento. Talvez eu seja muito antiquado, mas eu acho que a F1 precisa ser barulhenta. Eu me lembro da primeira vez que fui ver a F1 em 1992 em Hockenheim: foi uma grande sensação ouvir os carros entrando pela floresta e senti-lo através do solo”, acrescentou o alemão.