F1 – Berger: Domínio de Vettel me deu sono

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014 às 13:42

Gerhard Berger e Sebastian Vettel

Sebastian Vettel finalmente ultrapassou Fernando Alonso como o melhor piloto de Formula 1 no ano passado.

Essa é a visão do ex-piloto Gerhard Berger, que no entanto admitiu que o estilo de dominação do alemão Vettel em 2013 não foi um grande espetáculo.

“Eu não desligava a televisão, mas às vezes dormia na frente dela”, disse a grande lenda austríaca à Auto Motor und Sport.

Para muitos, os nove grandes prêmios de Vettel vencidos em sequência no segundo semestre de 2013, encerrou o debate sobre se o alemão de 26 anos está verdadeiramente entre os notáveis.

Mas muitos ainda consideram o espanhol da Ferrari Fernando Alonso como o melhor.

“Isso não é justo”, Berger disse à revista alemã. “Mark Webber é um piloto muito bom, e também estava sentado numa Red Bull. Até um ano atrás, eu ainda via Alonso como o piloto mais completo, mas depois deste ano vou colocar Vettel em primeiro lugar pela primeira vez”.

Berger acha que os ataques de Alonso contra a Ferrari revelaram uma fenda em sua armadura, enquanto que em contraste, Vettel redobrou seus esforços quando as coisas não estavam indo bem no início.

Quanto a Lewis Hamilton, Berger acha que o britânico agora está ficando atrás dos melhores pilotos.

“Para mim, atrás de Vettel e Alonso vem Raikkonen, embora com Alonso (na Ferrari), ele poderá chegar aos seus limites”.

“Hamilton também não é tão completo quanto os dois (Alonso e Vettel), que estão num nível próprio. A velocidade de Hamilton é enorme, mas ele tem muitas distrações”.

“Estou impressionado com Nico Rosberg”, disse Berger, “que é subestimado. Ele teve um desempenho incrível contra Michael Schumacher, e agora está fazendo o mesmo com Hamilton. Pouco a pouco, ele está trazendo a equipe Mercedes para o seu lado. Foi assim com Schumacher e agora ele está virando a mesa pela segunda vez”.

Quanto a Nico Hulkenberg, Berger acha que o alemão é “bom”, mas “muito bajulado” pelos meios de comunicação.

“Ele iria pilotar pela Ferrari, depois pela Lotus, em seguida a McLaren, e de repente todos sumiram”, disse ele.

Berger também não se acanhou e foi honesto sobre a nova inovação da ‘pontuação dupla’ para a corrida final de 2014, impetuosamente descartando a regra como “tolice”.

Talvez mais do que qualquer outro, Berger é um purista. Perguntado para diagnosticar o maior problema da F1, o ex-piloto da Ferrari e McLaren acredita que o esporte se tornou muito estéril.

“Meu instinto me diz que 650 ou 750 HP para um carro de F1 não é suficiente. Juntamente com a aerodinâmica perfeita, as enormes áreas de escape e as ajudas eletrônicas, os bons pilotos não são suficientemente diferentes dos menos bons. No meu tempo, quando você fazia uma volta de qualificação perfeita, era um segundo mais rápido que seu companheiro de equipe. Porque você estava montado num foguete”.

“A segurança vem em primeiro lugar, e com razão, mas os carros e as pistas são agora extremamente seguras. Então eu acho que nós poderíamos ter motores com potência de 1000 HP novamente. Os fãs devem assistir e dizer: ’Eu não poderia fazer isso’, como fazem na MotoGP”.

Berger reconhece, contudo, que ele é simplesmente de uma geração diferente. Agora, na era ecológica e do computador, a nova e silenciosa categoria Formula E da FIA está se preparando para assumir.

“Pode ser”, ele admitiu. “Me perguntaram se eu queria estar envolvido na Formula E, mas eu recusei. Este não é o meu tipo de esporte a motor. Eu venho de uma geração que tinha orgulho de seu carro. Você colocava pneus mais largos, preparava o motor, colocava uma grande asa. Os carros modernos são agora tão perfeitos que pioram se você tentar mexer nele. E se você não se atualizar, as mulheres pensaram que é um exibido”.

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