F1 – Barrichello afirma que a Williams precisa de mudanças

A Williams precisa de mudanças adicionais em sua estrutura e pessoal se quiser conseguir o progresso necessário para redescobrir sua melhor forma.

Essa é a opinião de Rubens Barrichello, que acha que as novidades anunciadas nesta semana – incluindo a demissão de Sam Michael e a contratação de Mike Coughlan – são apenas o começo da reformulação pela qual a organização precisa passar.

Barrichello acredita que, além de definir as funções que cada indivíduo tem dentro da equipe, é preciso fazer mais para melhorar seus processos de trabalho e estrutura interna.

“A Williams precisa de mudanças”, declarou Barrichello ao ser questionado sobre sua reação aos eventos da última semana. “Há muitas pessoas fazendo coisas demais no momento. Um exemplo seria se eu pilotasse o carro e então tivesse de sair para checar a pressão dos pneus – isso não daria certo. E há várias pessoas fazendo isso na Williams”.

“Temos de definir o que as pessoas fazem. O túnel de vento está trazendo um grande progresso na teoria, e temos evoluções e coisas novas chegando a cada dia como todas as equipes, mas nem sempre elas se traduzem para a pista. Não é sempre melhor, e é por isso que nossa progressão durante o ano algumas vezes é melhor e outras não”.

“Eu venho dizendo isso muito à equipe, porque em todas as outras em que corri, aquelas que realmente vão bem só colocam no carro o que realmente acreditam que vai funcionar. No ano passado, progredimos bastante, mas algumas coisas criaram confusão. É hora de uma mudança e estou aberto a isso”.

Entretanto, Barrichello sente que o que precisa mudar na organização é tão extensivo que provavelmente vai levar algum tempo para que o benefício seja sentido.

“Infelizmente, há alterações demais, portanto pode levar algum tempo para que sejam realmente boas. Mas precisamos delas, porque não importa se você faz um eixo neste ângulo ou uma caixa de câmbio agressiva se o resto do carro não está certo”.

Barrichello disse que ficará triste com a saída do diretor técnico Sam Michael, mas sente que o australiano foi deixado em uma posição com muita coisa a fazer dentro da equipe.

“Sam está exercendo cinco ou seis funções, então ele está sobrecarregado”, explicou Barrichello. “É demais para um único ser humano. Ele acaba alcançando apenas metade de sua capacidade ao fazer seu próprio trabalho porque está supervisionando outras coisas”.

“Sam é um ótimo engenheiro. Ele entrou na área muito cedo, muito jovem e acabou fazendo coisas que era capaz de fazer, mas ainda está aprendendo. Suas capacidades reais são criar o carro e trabalhar no lado da engenharia”.

Barrichello também sugeriu que a Williams deveria tê-lo consultado sobre o que planejava fazer – e não ter tido tanta pressa para falar com a mídia. Quando foi questionado se a equipe discutiu o assunto com ele, o brasileiro disse: “Não tive muito a ver com isso. Eles me perguntaram bastante sobre Sam, e fico triste em vê-lo sair”.

“Na minha opinião, na função correta e com outras pessoas, ele poderia trabalhar muito bem na equipe. Mas não cabe a mim decidir – é uma decisão de Sam. Nós temos um bom relacionamento e ele trabalha de uma maneira que gosto, só precisa ser colocado nas funções que mais aprecia. Fui consultado sobre isso”.

“O resto eu só fiquei sabendo – mas também gostaria de ter sido consultado. É algo que precisa mudar – a Williams tem de trabalhar como uma família, e não manter as coisas para si e falar diretamente com a imprensa”.

Comentando o potencial de Coughlan, Barrichello declarou: “Não o conheço muito bem. As pessoas me perguntaram se ele vai prejudicar a imagem da Williams, mas eu acho que não”.

“Creio que as pessoas aprendem cometendo erros na vida. Se você comete um erro e depois se torna uma pessoa melhor, essa é toda a atitude da vida. Se você construir um carro muito bom e rápido no próximo ano, o passado é esquecido. Dou boas-vindas a ele, com todo o seu conhecimento, e espero que dê uma boa contribuição”.

LS – www.autoracing.com.br