F1 – Autoracing entrevista Lewis Hamilton 21-10-2008

quarta-feira, 24 de novembro de 2010 às 22:20

Lewis Hamilton em 2007

Depois de algumas tentativas frustradas de conseguir uma entrevista exclusiva com o piloto Lewis Hamilton, finalmente o Autoracing conseguiu que a assessoria do piloto britânico passasse algumas perguntas a ele e nos respondesse. Na verdade, dessas perguntas abaixo somente cinco foram feitas pelo Autoracing, mas nós não reclamamos não…

Divirta-se !!

O que aconteceu ano passado está te assombrando?
Não me assombra, mas confesso que às vezes vi alguns videos no You Tube comigo na caixa de brita (entrada do pit na China em 2007) e pensei: Droga, isso não devia ter acontecido! Mas foi um erro para aprender com ele. Não me arrependo, pois tive um ano fantástico. Não me assombra porque considero que faz parte da curva de aprendizado e com isso sigo em frente. Não tenho qualquer problema em seguir em frente.

Aconteceu porque você não estava preparado para ser campeão?
Não acho que tenha sido por isso. As coisas acontecem por alguma razão e aquilo faz parte da minha vida. Tinha que acontecer e eu aprendi muito. As duas últimas corridas do ano passado me ensinaram muito sobre minha própria personalidade, sobre minha vida.

Você é melhor que Fernando e Kimi?
Não, isso é difícil. Eu nunca diria que sou melhor que ninguém, mas todo piloto tem que acreditar nele e ter a certeza que pode vencer. É isso que ajuda você a querer melhorar e conquistar cada vez mais coisas na sua vida. Olho para esses pilotos e quero batê-los, mas não digo que sou melhor que eles. O que eu sei é que eles são os melhores e para que eu seja o melhor tenho que batê-los. É assim que eu realmente vejo a coisa.

E essa história que você teria dito ser melhor que Ayrton Senna?
Isso é uma tremenda bobagem! Eu nunca diria isso! E se eu tivesse que falar uma coisa dessas sobre alguém, nunca seria sobre o Ayrton. Ele é o meu piloto favorito e o melhor de todos os tempos até hoje. Eu não acredito que alguém poderia batê-lo. Eu sempre digo pra mim mesmo que se eu puder alcançar um pouco do que ele fez já seria um sonho pra mim.

Você se lembra quando ele morreu?
Lógico! Eu estava correndo na pista perto de casa, Rye House. Nós tínhamos um trailer e eu estava na pista. Logo que parei me lembro de meu pai vir me dizer que Ayrton tinha acabado de falecer. Foi um choque. Eu era muito jovem, tímido e meu pai era muito duro comigo. Então eu não quis chorar na frente dele com medo de tomar uma bronca. Então dei a volta pela frente do carro chorei como um louco. Ainda me lembro como se fosse ontem.

Você ainda quer ter uma vida normal?
Sim, muitas vezes você deseja voltar no tempo e passar por aquelas experiências novamente. No kart tive talvez meus melhores anos, depois aprendi muito na Formula Renault, F3, GP2 e mesmo meu primeiro treino com um F1. Queria fazer tudo de novo. Era bom sair na rua ou ir a festas com meus amigos sem ter que me preocupar se tinha alguém me vigiando. Agora tem pessoas me seguindo por toda parte e tenho que ficar tomando muito cuidado com o que faço ou falo. Então sinto falta daquele tempo. Ás vezes ainda posso fazer isso, mas tem que ser com pessoas que confio muito e ficar esperto o tempo todo.

Você é muito popular no Brasil, mas por estar lutando contra um brasileiro, muita gente te critica bastante.
Primeiro quero dizer que é um prazer ouvir que tenho fãs no Brasil. Por causa da minha admiração por Ayrton, conheço um pouco sobre o país. E segundo, a experiência que tive com as pessoas no Brasil ano passado foram fantásticas!

Para as pessoas que me criticam o que posso dizer é que sou humano e cometo erros. Ás vezes digo uma coisa e o contexto sai diferente do que eu esperava. Ás vezes não me expresso como deveria, é difícil. A comunicação é muito importante na vida. O importante é que nunca tive a intenção de ofender alguém e minha família faz questão que isso não aconteça. Ainda estou em busca de meus objetivos.

Tem gente que diz que você usa uma máscara. Você é mascarado?
Isso é melhor você e as pessoas que me vêem com freqüência julgar. Mas honestamente tenho estado o mais tranquilo possível e não faço nada de maneira diferente. Nem a festas eu vou mais com a frequência que ia antes. Eu acho que sou uma pessoa melhor do que era antes.

Como você avalia as três ultimas pistas do calendário?
Em Fuji ano passado a McLaren era melhor. Na China e no Brasil a Ferrari era mais forte. Este ano acho que tanto eles (Ferrari) quanto nós diminuímos a diferença. No Brasil será muito apertado e talvez a corrida mais equilibrada do ano!

Você acha que Felipe está pronto para ser campeão?
Ele já tem muita experiência na F1, cresceu como pessoa e está casado. Além disso, ele parece estar no topo de sua performance. Este ano ele mostrou que é um dos mais talentosos e melhores pilotos da F1.

Qual será sua estratégia para ser campeão?
Não será fácil. Não sei o que vai acontecer no final. Sei que tenho que fazer o que sempre faço, acordar me sentindo bem, me manter positivo, não permitir que o pessimismo apareça de nenhum lugar e esperar fazer um bom trabalho.

É difícil manter uma boa relação com Felipe numa situação onde vocês estão brigando pelo título?
Não acho. Lógico que é duro quando você está lutando com alguém que tem uma corrida melhor que você ou vice-versa. Na pista nossa luta é feroz, mas temos que ser profissionais o bastante para sermos amigos fora do carro. E enquanto um perder do outro pode ser duro de engolir, eu acho que você supera isso. E dentro da pista não será diferente.

AS – www.autoracing.com.br

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