F1 – Análise: Por que o bico da Mercedes é inovador?

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016 às 10:30
Bico da Mercedes

Bico da Mercedes

Após dias de especulações a respeito de potenciais inovações, o bico definitivo do carro de 2016 da Mercedes finalmente fez sua estreia na manhã do último dia do primeiro teste em Barcelona.

Ele segue a tendência de um duto-S instalado internamente e também exibe várias características únicas, mas talvez não esteja à altura das expectativas radicais em relação ao seu design.

Desde as primeiras mudanças no regulamento dos bicos em 2011, as equipes vêm tentando conseguir um fluxo de ar cada vez mais limpo sobre e sob bicos com níveis e formatos complexos.

Depois da alteração na ponta do bico em 2015, a maioria das equipes decidiu usar um bico curto a fim de melhorar o fluxo de ar ao redor do carro. Como resultado, quase todos os carros deste ano possuem bicos curtos com um duto-S interno.

Esse duto pega o fluxo de ar sob o bico e o direciona para um canal em formato de S, saindo no topo do carro. O processo limpa o fluxo de ar na transição entre o bico e o chassi. Não é um grande ganho aerodinâmico, mas foi descrito como “válido” pelo diretor técnico de uma equipe.

Em termos de extensão, o bico da Mercedes é parecido com a especificação do lançamento – o mais curto que o regulamento permite – mas o formato é diferente na ponta.

Também como no bico do ano passado, a estrutura em si é a única parte superior do formato, e a metade inferior é um painel colado. Isso permite que o formato seja adaptável e oco.

O painel inferior forma a entrada e o canal para o duto-S. A entrada é em formato de U perto da ponta do bico, e não mais para trás como se vê nos dutos de outras equipes. Daquele ponto, o fluxo de ar vai para o topo do chassi por uma ranhura formada no painel de cobertura do bico.

Em geral, isso torna o formato do S em perfil lateral mais longo do que nas versões da maioria das equipes, que tendem a contornar o duto em formato de S em apenas 10-20 cm. Portanto, as perdas dentro do duto devem ser menores, resultando em um efeito soprado melhor no topo do carro.

Além do novo bico e do painel de cobertura, a Mercedes colou pequenos painéis na lateral da saída do duto-S, deixando altura da carenagem no nível máximo permitido.

Outras diferenças aerodinâmicas na frente do carro incluem novas montagens da asa dianteira com um espaço muito pequeno entre elas, provavelmente metade do bico antigo.

Apesar de mais estreitas, elas são ligeiramente mais curvadas, mas parece que a meta é tirá-las do caminho a fim de proporcionar um fluxo de ar mais livre para as palhetas sob o bico.

Essas palhetas seguem o formato similar de quatro elementos do design do ano passado, mas ganharam fendas nas partes inferiores – que agora possuem seis ranhuras visando canalizar melhor o fluxo de ar.

Portanto, apesar de não tão extremo quanto se previa, a nova dianteira ainda representa um desvio das práticas normais e exibe os detalhes aerodinâmicos cada vez mais complexos da Mercedes.

Com a equipe não utilizando os pneus mais macios para voltas rápidas em favor de trechos longos com o pneu médio, será difícil avaliar o ganho de performance com o bico. Mas, teoricamente, a ideia deve oferecer um passo razoável em relação a um projeto padrão.

Veja o vídeo:

 

LS - www.autoracing.com.br

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