F1 – Análise: Por que a Apple está sendo ligada à McLaren

sexta-feira, 23 de setembro de 2016 às 11:10
McLaren

McLaren

Nesta semana, rumores indicaram que a Apple poderia fazer uma proposta para comprar a McLaren, e algumas semanas atrás, foi sugerido até mesmo que ela poderia comprar a Fórmula 1, pouco antes da Liberty Media completar a primeira parte da aquisição da categoria.

O rumor sobre a Apple comprar a F1 teve todas as características de uma cortina de fumaça; faça com que todos olhem para a esquerda quando a verdadeira história estava na direita.

A história da Apple com a McLaren tem mais fundamento, já que as conversas certamente ocorreram, mas é igualmente improvável de acontecer. Porém, ela foi longe o suficiente para que fontes no Vale do Silício dissessem ao Financial Times que algo estava acontecendo.

Aparecendo nas páginas lidas em todo o mundo, a história também deixou todos em alerta de que há um acordo prestes a ser fechado na McLaren, e que a organização baseada em Woking possui tecnologia de última geração que interessa à companhia de tecnologia mais bem sucedida do mundo.

Com as mudanças feitas pela Liberty Media na F1 devendo começar em 2017, é um bom momento para negociar com a McLaren. Então, por que a Apple está sendo mencionada e o que está acontecendo nos bastidores da McLaren para provocar essa especulação?

A Apple é uma companhia muito rica, com uma reserva de 200 bilhões de dólares e uma história de aquisições interessantes e caras, como os 3 bilhões de dólares que pagou pela companhia de áudio Beats International, que fabrica fones de ouvido, mas também tinha um sistema de streaming de músicas que se tornou a base da Apple Music, resposta da companhia à Spotify.

Todos sabem que a Apple faz tanto sucesso porque inova e baseia essa inovação em tecnologia. Por trás dessas inovações, há excelentes projetos, mas também aquisições estratégicas; o iPhone, que originou a indústria do smart phone, e o iPad, que deu aos usuários uma nova maneira de interagir com o mundo, contam com a tecnologia touch screen, que veio com uma companhia que a Apple comprou.

Então, a compra de uma companhia como a McLaren, com suas patentes de todos os tipos de tecnologia automotiva e de materiais, além de seu pioneirismo em motores elétricos de alta densidade (é a fornecedora de motores da Fórmula E) poderia parecer uma estratégia similar antes de um salto rumo a uma nova fronteira.

Sabe-se que a Apple está interessada em entrar no setor automotivo. Contudo, esse cenário foi ofuscado pela demissão de vários funcionários que trabalhavam em veículos autônomos lá. O fato da McLaren ter negado a história de modo um pouco equivocado também indica o que está ocorrendo nos bastidores daquela companhia.

Já há algum tempo, existe um conflito entre os dois sócios originais, Ron Dennis e Mansour Ojjeh. Após o rompimento com a Mercedes-Benz, que era uma acionista antes de decidir comprar a Brawn GP em 2009, Ojjeh e Dennis ficaram com 25% das ações cada um, e o fundo soberano comunitário do Bahrain com os 50% restantes.

A companhia McLaren Automotive tem uma estrutura acionária diferente, na qual essas três partes detém uma parcela menos combinada e há outros acionistas envolvidos. Entretanto, nas discussões que aconteceram, a Apple pareceu valorizar mais as patentes, e a sugestão é de que seu interesse está mais no Grupo de Tecnologia McLaren.

Quando Dennis voltou à cena para substituir Martin Whitmarsh em 2014, não foi porque os acionistas acharam que ele poderia fazer um trabalho melhor e demitiram Whitmarsh, e sim porque foi concordado que Dennis primeiro assumiria o cargo de CEO e depois compraria as parcelas dos outros sócios dentro de um certo período de tempo.

Ele passou algum tempo na China buscando apoio, mas até agora não conseguiu completar o acordo.

Fontes próximas da situação sugerem que o tempo está se esgotando para Dennis. O assunto deverá ser discutido em uma reunião do conselho que está ocorrendo hoje. Se a situação se mantiver inalterada quando o prazo se esgotar no final deste ano, comenta-se que o pacto levará ao cenário inverso; os outros acionistas comprariam a parcela de Dennis.

Então, o acordo com a Apple era algo a ser considerado pela gigante da tecnologia, uma das várias explorações de potenciais compras estratégicas, ou acabou sendo apenas um exercício de esperança da parte de Dennis e seus aliados na companhia?

Uma coisa é certa; isso enviou um sinal para outros potenciais investidores, e os próximos meses deverão ser bem interessantes para a McLaren.

 

LS - www.autoracing.com.br

Tags
, , , , , , , , , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.