F1 – Análise: Os desafios que a Mercedes enfrenta em 2015

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015 às 9:52

Mercedes

Após uma campanha tão dominante na Fórmula 1 no ano passado, não é uma surpresa que a Mercedes seja a favorita clara a conquistar mais um título em 2015.

Mas as coisas podem mudar rapidamente na categoria – como a Red Bull descobriu a duras penas no ano passado – e é muito fácil ser tirado do topo do pelotão independente de sua vantagem anterior.

A Mercedes estava bem melhor preparada para as novas regras do V6 turbo do que qualquer uma de suas rivais, e esse foi o fator chave que lhe deu um domínio tão grande em 2014.

Entretanto, a oposição aprendeu lições e nos últimos meses certamente vem fazendo tudo o que pode para tirar a Mercedes do topo. Ninguém em Brackley acredita que tudo será tão fácil novamente, e estas são as principais guerras que precisam ser vencidas.

LIDAR COM A POLÍTICA

Não há maneira melhor de ter todas as suas atitudes analisadas do que vencer regularmente na Fórmula 1.

O sucesso da Mercedes no ano passado fez a oposição tentar tudo o que podia para acabar com sua vantagem, seja se esforçando para banir os sistemas de suspensão FRIC ou ajustar as regras de homologação do motor.

Esses esforços para fechar avenidas que ajudam a Mercedes só aumentarão se a equipe se mantiver na frente.

Toto Wolff, chefe de competição da Mercedes, admitiu que sua equipe passou por uma transição política similar à da Red Bull. “Acho que é normal que, quando você começa a ser dominante como equipe, as pessoas mudem de opinião a seu respeito e o vejam de modo diferente”, declarou Wolff ao site Autosport.

“Lembro da Red Bull, passando de uma equipe super legal com uniformes de Guerra nas Estrelas em Mônaco, e como todos nós ficamos felizes por eles conseguirem um pódio lá, para uma equipe que era vista como o Lado Negro!”

“De Jedi, você passa a ser Darth Vader. E, claro, Christian (Horner) precisava defender sua posição e os pontos fortes da Red Bull na época. Hoje, estamos em uma situação parecida”.

MELHORAR A CONFIABILIDADE

Mesmo com o esforço da Mercedes para produzir o carro mais veloz possível tendo resultado em 16 vitórias no ano passado, ela nunca superou totalmente os problemas de confiabilidade.

A sequência de falhas que Lewis Hamilton e Nico Rosberg sofreram ao longo do ano – da abertura da temporada na Austrália ao encerramento em Abu Dhabi – expôs uma fissura na armadura da Mercedes.

Sua vantagem de velocidade impediu que a falta de confiabilidade abrisse a porta para o risco de perder o título, mas se a oposição estiver mais próxima neste ano, ela não pode se dar ao luxo de jogar pontos fora tão regularmente.

Andy Cowell, chefe de motor da Mercedes, admitiu durante o inverno que é necessário melhorar bastante em 2015. “Houve o alarme no Canadá, onde tivemos dois problemas no ERS, e Nico teve sorte suficiente para chegar ao final em segundo lugar”, disse ele.

“É quando você percebe que as coisas precisam melhorar, e que a qualidade dos padrões têm de ser exemplar a fim de que não tenhamos nenhum problema em um campeonato duro. Vai ser mais duro (em 2015) também. Com quatro unidades de potência, precisamos dar um passo à frente”.

ENCONTRAR MELHORIAS

Sabe-se muito bem que, na Fórmula 1, a melhor maneira de aproximar o pelotão é deixar o regulamento estável.

Isso ocorre frequentemente porque há menos espaço para a melhor equipe se distanciar ainda mais na frente, enquanto as rivais eventualmente extraem a velocidade necessária para lutar pelas primeiras posições.

Com poucas alterações no regulamento deste ano, a Mercedes não terá facilidade para dar uma passo à frente dramático – o que dá esperança às suas rivais.

Geoff Willis, chefe de tecnologia da Mercedes, afirmou: “Há um regulamento razoavelmente estável entre 2014 e 2015, que tem seus próprios desafios. É mais difícil encontrar melhorias”.

LIDAR COM A DISTRAÇÃO DA IGUALDADE

A decisão da Mercedes de deixar Hamilton e Rosberg lutarem em igualdade de condições garantiu que a batalha pelo título de 2014 fosse empolgante para os fãs.

Contudo, isso também expôs a Mercedes às dores de cabeça que qualquer equipe que possui dois pilotos envolvidos em combate enfrenta – e, claro, os momentos dramáticos em Mônaco, Hungria e Spa.

Com ambos os pilotos sabendo como as coisas são acirradas, eles se esforçarão ainda mais para impedir que o rival tenha alguma vantagem – o que pode provocar um desvio de recursos.

Como John Owen, projetista chefe da Mercedes, disse no final do ano passado: “Uma das coisas que não são óbvias fora da equipe é a pressão que tivemos para gerar igualdade de equipamento. Você tem de garantir que os motor, chassi, peso, aerodinâmica e tudo em relação ao carro seja igual para ambos os pilotos”.

“A Mercedes-Benz estava comprometida a ter uma luta justa entre os pilotos, e quando você tem de reparar uma peça danificada do carro que fica um pouco mais pesada do que a peça do outro piloto, de quem é a culpa? Há muitas coisas pequenas como essa, que são uma distração”.

Nenhum dos desafios que a Mercedes enfrenta são insuperáveis, mas é errado sugerir que a organização baseada em Brackley pode relaxar e esperar as vitórias independente do que fizer.

Como Willis disse: “Você precisa ser humilde neste negócio. O sucesso de um ano não garante nada no próximo. Acredito que seremos fortes, mas temos de esperar para ver”.

 

LS - www.autoracing.com.br

Tags
, , , , , , , , , , , , , , , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.