F1 – Análise: FIA é a última esperança na polêmica dos custos

quinta-feira, 20 de novembro de 2014 às 9:29

Fórmula 1

A crise dos custos na Fórmula 1 pode acabar na reunião de dezembro do Conselho Mundial de Automobilismo da FIA, com o caminho estando aberto para a federação tomar uma atitude.

Os pedidos de ajuda de Force India, Sauber e Lotus para reduzir os custos ou aumentar a renda têm sido ignorados, com as equipes grandes, Bernie Ecclestone e a CVC demonstrando pouco interesse.

Vijay Mallya, chefe da Force India, é um membro do Conselho Mundial de Automobilismo (WMSC), e prometeu que a situação será discutida se não houver nenhuma atitude até lá. “Tenho certeza que haverá um debate sobre os eventos recentes na próxima reunião do WMSC em Doha”, declarou Mallya ao site Autosport.

“De Austin até agora, a Fórmula 1 vem dominando a atenção da imprensa após o triste desaparecimento de duas equipes. Portanto, claramente é uma preocupação. O que meus amigos no mundo financeiro não conseguem entender é como um esporte que gera lucros de 1.7 bilhão de dólares não pode sustentar a participação de 11 equipes”.

Mallya sabe que existe a chance de ele ser uma voz solitária no WMSC, mas diz que fará isso porque está mais preocupado com o futuro da categoria do que com o destino de sua equipe.

“Estou em uma minoria desesperada, mas posso expor meu caso. Vou falar a respeito do que é bom para a categoria – e não sobre a Force India. Sou um diretor corporativo há 40 anos e sei o que significa conflito de interesse, então não defenderei a causa da Force India diante do conselho mundial. Vou expressar minhas opiniões sobre o que é bom para a Fórmula 1”.

“Como o presidente (da FIA) constantemente nos lembra: A F1 é o topo do automobilismo e o principal campeonato da FIA, portanto a federação deve ficar igualmente preocupada com o futuro. Tenho certeza que todos na FIA concordam comigo – não é uma questão das equipes recorrerem apenas ao detentor dos direitos comerciais. Elas também conversaram com a FIA sobre assuntos como um teto orçamentário ou custos mais acessíveis”.

“Portanto, ou você tem um teto orçamentário que resolve os problemas das equipes menores ou o detentor dos direitos comerciais faz uma pequena distribuição extra dos fundos para as três equipes pequenas a fim de cobrir o aumento de custos que foi imposto. As novas unidades de potência custam mais do que o dobro das antigas, e foi uma iniciativa que a FIA também apoiou…”

Apesar do presidente Jean Todt ainda não ter comentado publicamente o assunto, a FIA divulgou um comunicado no GP dos Estados Unidos dizendo que as dificuldades de Caterham e Marussia destacaram potenciais problemas com o “equilíbrio econômico” da Fórmula 1.

O comunicado afirmou: “A FIA, em cooperação com a FOM e os diferentes acionistas da Fórmula 1, vai continuar trabalhando para manter a atração do campeonato e a participação justa das equipes nos próximos anos”.

Há várias opções para a FIA. Ela poderia simplesmente ter um papel mais ativo no esforço para cortar custos, mas também rejeitar quaisquer mudanças no regulamento que forem apresentadas depois de reuniões do Grupo de Estratégia e da Comissão da Fórmula 1.

Em um nível mais extremo, se o WMSC sentir que a Fórmula 1 está em apuros por causa de sua situação financeira, ele poderia até mesmo rejeitar o calendário de 2015 até Ecclestone resolver as coisas. Como uma fonte da FIA disse recentemente: “Se estivermos insatisfeitos com o regulamento proposto para o que é, no final das contas, nosso campeonato mundial, por que deveríamos aprovar o calendário?”

Por enquanto, a esperança é que as coisas não precisem chegar a tal ponto e que haja notícias positivas neste fim de semana em Abu Dhabi, com as equipes pequenas tendo pedido mais conversas. Caso contrário, todos os olhos estarão em Doha.

 

LS - www.autoracing.com.br

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