F1 – Análise da sexta-feira em Suzuka e suas consequências

sexta-feira, 11 de outubro de 2019 às 19:37

Lewis Hamilton – pole 80 em Suzuka 2018

Depois de arrasar seus rivais no TL1 e TL2 para o GP do Japão, a Mercedes com clima seco é o carro a ser batido, apesar de não ter sido uma sexta-feira comum do que não será um fim de semana comum.

Volta voadora
No TL1, a Mercedes foi 0,9s mais rápida do que qualquer outro carro no ritmo de uma volta, com essa diferença diminuindo para pouco menos de 0,3s no TL2. A ressalva é que essas simulações de classificação foram um pouco mais importantes do que normalmente são no TL2 por causa do tufão Hagibis.

O super tufão está avançando em direção ao continente japonês, trazendo fortes pancadas e rajadas fortes de vento para a região de Suzuka, 400 km ao sul de Tóquio. Prevê-se que o tufão chegue no sábado, por isso o TL3 foi cancelado e o treino de classificação, que foi adiado para às 22 horas do sábado (horário de Brasília) pode nem acontecer. E então a colocação final do TL2 seria considerada para o grid de largada.

É por esse motivo que as equipes andaram um pouco mais com combustível baixo do que o habitual nas simulações de classificação no TL2. A Mercedes mostrou logo o que tinha, enquanto a dupla da Ferrari Vettel e Charles Leclerc esperou até os momentos finais da sessão de 90 minutos para fazer as voltas apropriadas dos pneus macios. Enquanto isso lhes dava melhores condições de pista, a maioria de seus rivais fazia long runs, rodando cerca de sete segundos mais lentos por volta, o que significou que o tráfego foi um problema.

Hamilton e Bottas sentiram que o carro – que apresenta uma série de pequenas atualizações neste fim de semana – teve bom ritmo. Bottas foi o mais rápido, com Hamilton a 0,1s atrás, embora o campeão do mundo ache que seu companheiro de equipe conseguiu um “ótimo vácuo” na reta oposta que valeu “meio segundo”.

Melhor volta voadora
1 Mercedes (Valtteri Bottas) 1m27.785s
2 Red Bull (Max Verstappen) 1m28.066s + 0.281s
3 Ferrari (Charles Leclerc) 1m28,141s + 0,356s
4 McLaren (Carlos Sainz) 1m29,051s + 1,266s
5 Racing Point (Sergio Perez) 1m29.299s + 1.514s
6 Toro Rosso (Pierre Gasly) 1m29.354s + 1.569s
7 Alfa Romeo (Kimi Raikkonen) 1m29,477s + 1,692s
8 Haas (Romain Grosjean) 1m29,553s + 1,768s
9 Renault (Daniel Ricciardo) 1m29.859s + 2.074s
10 Williams (Robert Kubica) 1m31,071s + 3,286s

A Red Bull foi a maior concorrente da Mercedes, com o RB15 equipado com Honda, repetindo a forte forma de sexta-feira pela segunda corrida consecutiva. É um grande final de semana para a equipe, com mais de 25 executivos seniores da Honda prontos para participar da pista que construíram no domingo para ver as duas equipes que usam suas UPs em ação.

Tanto a Red Bull quanto a Toro Rosso usaram UPs novas na Rússia, o que significa que eles têm motores de baixa quilometragem em sua corrida em casa para reduzir o risco de punições. Eles também serão impulsionados por um novo combustível da ExxonMobil, que diz ser o melhor desde que uniu forças com a Red Bull antes de 2017.

Max Verstappen e Alexander Albon foram bem, mas eles insistiram que a Mercedes parecia “realmente rápida”, com Albon acrescentando “eles parecem estar causando muitos danos nas curvas”, o que é útil em Suzuka, pois há 18 delas. As estatísticas confirmam os comentários de Albon, com a Mercedes mantendo uma vantagem de 0,07s sobre a Red Bull e 0,2s de vantagem sobre a Ferrari nas curvas de baixa velocidade. Isso aumenta para 0.19s e 0.35s respectivamente nas curvas de alta velocidade.

A McLaren ocupa seu lugar habitual como a melhor do resto, com a rival Renault bem abaixo do esperado na penúltima fila. Não foi o dia ideal para o fabricante francês, que disse esperar melhorar bastante na classificação (se houver) e na corrida.

Ritmo de corrida
Tradicionalmente, as equipes passam metade da segunda sessão de treinos andando com combustível alto para coletar dados de pneus para a corrida de domingo. Elas ainda fizeram isso no Japão na sexta-feira, mas seu programa foi um pouco mais movimentado, pois elas tiveram que colocar um foco maior do que o normal na classificação (o que eles normalmente fariam no TL3).

A Mercedes também pareceu a melhor nessa métrica por alguma margem. Uma vantagem de 0,6s por volta sobre a Ferrari, com o Red Bull 0,3s ainda mais atrás.

A Ferrari diz estar perplexa com a falta de ritmo, especialmente porque venceu três das últimas quatro corridas e parecia a mais forte em ritmo puro da última vez na Rússia, quando não conseguiu converter essa velocidade em vitória.

A Mercedes, por outro lado, estava satisfeita com o desempenho das atualizações Uma dobradinha na corrida lhes garante o sexto título de construtores seguido.

Mais atrás, a McLaren parece ter o ritmo para largar e chegar entre os top 10 de maneira confortável. O ritmo de corrida da equipe britânica parece estar em torno de 0,4s volta mais rápido que o resto das equipes do segundo pelotão.

Conclusão
É justo dizer que a Mercedes voltou a ser a favorita neste fim de semana, a primeira vez que isso acontece depois das férias de verão da F1 em agosto. Isso mostra a enorme capacidade de recuperação da equipe alemã, depois de quatro GPs onde foi superada pelos vermelhos da Ferrari, tanto em classificação quanto em corrida.

Mas ser favorita antes de um evento é uma coisa. Confirmar esse favoritismo na hora que tudo estiver valendo é outra. Ainda mais que não está claro qual a escala de impacto e dano que o tufão terá na área e na pista. O que é certo é que, se a chuva vier, como parece que vem, as coisas podem mudar bastante.

Para a hora da corrida não está previsto chuva forte, mas ninguém sabe se a classificação do sábado às 10 horas da noite (horário de Brasília) será realizada e se for, em que condição será.

AS - www.autoracing.com.br

Tags
, , , , , , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.