F1 – Análise: Ausência do teste vai prejudicar a Lotus

terça-feira, 7 de janeiro de 2014 às 9:08

Lotus

Com apenas 12 dias de testes disponíveis antes do início da temporada 2014 da Fórmula 1 em Melbourne no dia 16 de março, a decisão da Lotus de ficar fora do teste de quatro dias em Jerez tem consequências importantes.

As equipes da Fórmula 1 trabalham sob um calendário apertado, com todos os elementos do projeto planejados com bastante antecedência, portanto essa parece ter sido uma decisão de última hora, que presumivelmente não fazia parte do plano inicial.

A escolha da Lotus é incompreensível. Neste ano, com o regulamento técnico tendo mudado fundamentalmente, há o motor turbo, sistema de recuperação de energia, caixa de câmbio, sistema de freios e aerodinâmica novos, além da mais recente especificação dos pneus Pirelli.

Pelo fato de quase todas essas tecnologias não terem sido testadas na pista, perder um terço dos testes da pré-temporada é um obstáculo importante na preparação da Lotus para a Austrália. Enquanto as outras equipes irão tratar Jerez como um shakedown para seus carros novos, acumulando quilometragem e coletando dados, a Lotus perdeu essa oportunidade.

Uma vantagem chave do teste de Jerez é sua localização conveniente na mesma parte do mundo das bases européias das equipes da Fórmula 1. As peças exigidas podem ser enviadas no mesmo dia ou no dia seguinte, o que não é tão fácil de se fazer no Bahrain.

AUSENTE TAMBÉM DO TESTE DE PNEUS

Além disso, a Lotus não compareceu ao teste dos pneus Pirelli em dezembro no Bahrain, então ela só teve a breve sessão chuvosa no Brasil para coletar dados sobre os novos pneus para utilizar no projeto e nos programas de simulação.

Se a Lotus não estiver em Jerez, nem mesmo com um carro antigo, isso pode ser suficiente para prejudicar o ritmo da equipe no começo da temporada.

Aparecer tarde nos testes da pré-temporada é uma estratégia que as equipes usam para ganhar alguma vantagem sobre a oposição, já que pode proporcionar mais tempo para projetar e construir peças do carro novo. Também pode permitir que tecnologias inovadoras sejam mantidas em segredo por algumas semanas extras.

Mas neste ano é difícil entender como isso pode compensar o custo de perder tempo de pista em meio às grandes mudanças de regras. Sem contar que as estratégias de recuperação de energia são únicas de cada equipe, e não simplesmente do motor.

O fato de a Lotus não poder testar seu motor será ligeiramente compensado pela presença das outras clientes da Renault em Jerez, mas quaisquer detalhes de instalação específicos da Lotus não serão replicados nos outros carros, portanto ela não poderá aprender nada com a experiência de Red Bull, Toro Rosso e Caterham.

TODAS AS VOLTAS CONTAM

Com apenas duas sessões de quatro dias em cada teste, a equipe terá muito trabalho a fazer no Bahrain, precisando aproveitar ao máximo cada hora e cada volta.

Uma quebra de motor, por exemplo, que é um problema provável considerando a tecnologia totalmente nova, pode custar meio dia de treinos. Apenas quatro dias separam os dois testes no Bahrain, portanto qualquer modificação exigida terá de ser feita localmente ou enviando o equipamento de volta a Enstone.

Neste ano, certamente é melhor ganhar tempo de pista, mesmo sendo com uma versão inicial do projeto do carro, compreendendo os pneus e acumulando quilometragem com os novos e complexos motores.

Isso pode sugerir que a Lotus não tomou essa decisão por razões técnicas sólidas, a menos que haja um grande atraso no projeto, na construção ou nos testes de impacto. Obviamente, rumores sobre orçamento e recursos começarão a surgir, mas, independente da razão, prejudica a preparação da equipe para a primeira corrida.

 

LS - www.autoracing.com.br

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