F1 – Allison: Newey deixou a aero da Mercedes fora do radar

James Allison

A percepção geral de que Adrian Newey, da Red Bull, é o melhor designer da Fórmula 1, significa que a capacidade aerodinâmica da Mercedes está “fora do radar”, afirmou James Allison da Mercedes.

Newey certamente ganhou a reputação de uma das melhores mentes técnicas da história da F1, criando 11 carros vencedores de campeonatos para três equipes diferentes durante seus 23 anos de carreira.

No entanto, com seu papel dentro da Red Bull diminuindo nos últimos anos, é claro que aerodinamicamente, a Mercedes certamente tem sido parelha, senão à frente da Red Bull com seu próprio chassi.

Apesar disso, muito poucas equipes abandonaram a filosofia de alto rake que foi iniciada por Newey.

“Há duas respostas”, disse o diretor técnico da Mercedes, Allison, quando questionado sobre o motivo.

“Porque a mídia faz um bom trabalho em dizer a todos que Adrian Newey constrói o melhor chassi e isso convenceu todos a copiar esse conceito.”

“Nesse ínterim, voamos sob o radar com um carro que todos acreditavam que vivia de seu motor potente. Nosso carro também é muito bom aerodinamicamente.”

“Agora, a resposta séria. Cada equipe escolheu um caminho, copiando Newey ou não, e desviar dessa abordagem é repleto de riscos porque você investiu muito trabalho em seu conceito e o elevou a um nível muito bom.”

“Qualquer tentativa de desviar dele é, antes de tudo, um retrocesso e vai demorar um pouco antes de você colher os benefícios do outro conceito. É difícil ser corajoso, mudar para um novo conceito. É por isso que todos continuam com o que têm.”

No ano passado, porém, a Racing Point parou de seguir a abordagem da Red Bull para essencialmente tentar copiar o Mercedes 2019, e colheria os frutos, já que a maioria concordaria que eles tiveram o terceiro carro mais rápido durante grande parte da temporada.

Adrian Newey

“A Racing Point merece muito crédito”, observou o chefe da Mercedes. “Primeiro, eles tiveram a coragem de mudar o conceito e, em segundo lugar, tiveram a competência para fazer a mudança de forma rápida e suave.”

Mas por causa da filosofia alternativa da Mercedes à Red Bull, a equipe tradicionalmente tem lutado em circuitos dominados por curvas lentas como Mônaco ou México, onde sua força nas retas e nas curvas de alta velocidade não foi capaz de compensar o défice.”

E Allison explicou que o processo de melhoria nessa área não foi rápido.

“A erradicação dessa fraqueza não aconteceu apenas no inverno passado”, disse ele.

“Estamos trabalhando nisso desde 2017. O Mercedes 2017 era impressionante nas curvas rápidas, mas um pouco embaraçoso nas lentas. Tem sido um processo gradual para chegar onde estamos agora.”

“Já o carro de 2019 estava muito equilibrado em todos os tipos de curvas. A chave era entender como o pneu desenvolve aderência no asfalto, dependendo do tipo de asfalto, do downforce, da temperatura do pneu e do composto da borracha.”

“Com o W11 descobrimos uma forma de a plataforma aerodinâmica funcionar de forma que os pneus fiquem felizes, os dianteiros não se desgastem antes dos traseiros ou vice-versa. Isso nos melhorou nas curvas lentas que e é onde está a maior parte do tempo da volta.”

“Do que desistimos por isso? O pico da downforce em curvas rápidas em pistas onde a principal carga aerodinâmica está no pneu dianteiro. Não voamos nessas curvas como antes, mas ainda somos bons o suficiente.”

Para 2021, o chassi permanecerá o mesmo como uma medida de economia de custos após a interrupção causada pela Covid-19, embora desenvolvimentos em outras áreas seja permitido.

Com isso em mente, então onde o W11 de 2020 pode ser melhorado?

“Mais downforce, mais potência, um pouco melhor equilibrado entre uma volta voadora e a distância de uma corrida”, respondeu Allison.

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