F1 – Adam Parr: Quero ser lembrado como alguém que fez uma contribuição

sábado, 8 de dezembro de 2012 às 10:13
Adam Parr

Adam Parr

Fora da F1, Adam Parr lançou o livro “A Arte da Guerra”. O ex-CEO e presidente da Williams fala sobre os bastidores do esporte nos últimos cinco anos, de como tentou implementar as suas ideias e de como arranjou antipatias por ser novo, ter opiniões e não ter receio de expressá-las.

A Williams estava em uma situação desesperadora quando Parr chegou à equipe em 2006, logo após o final da parceria com a BMW. “Basicamente, eu estava com o pé atrás desde o momento em que cheguei na F1”, disse ele ao jornalista Tom Cary, do Telegraph.

Seus relacionamentos desconfortáveis ​​com algumas das figuras-chave da categoria e as circunstâncias de sua saída abrupta da Williams em março passado (segundo a equipe em bons termos para dar boas condições e um melhor equilíbrio a sua vida, mas a sua saída foi amplamente ligada às negociações complicadas da equipe para assinar o novo Pacto de Concórdia, e Parr admite no livro que saiu porque sentiu que Bernie não sabia lidar com ele), podem explicar por que ele admitiu ter ficado “nervoso” sobre o lançamento do livro.

A “Arte da Guerra” “começa com desenhos dos personagens principais da F1 e afirmando o que o autor mais admira neles. Alguns dos elogios poderiam igualmente ser percebidos como críticas veladas. Sobre Christian Horner, chefe da Red Bull: “Um homem que não se move não pode ser movido”.

Mas o tom do livro é em geral positivo, e Parr não critica abertamente aqueles de quem ele às vezes discordava durante seu tempo no esporte – homens como Flavio Briatore e Bernie Ecclestone – apenas destaca alguns hábitos deles. A tendência, por exemplo, de Briatore iniciar cada frase com a expressão “quer dizer…”, como em “quer dizer, nós não precisamos gastar todo esse dinheiro em tecnologia estúpida”. Ou a tática de Bernie de voltar sempre ao mesmo argumento, ano após ano: “Pessoal, acho que o que precisamos fazer é que todos devem ser autorizados a comprar seus carros de outra equipe, economizamos dinheiro e os fãs não vão se importar. Não estamos todos de acordo?”.

Como mostra o livro, Parr concordou com o ex-presidente da FIA, Max Mosley: o esporte precisava de sangue fresco, era vital para as equipes independentes fabricarem seus próprios carros. Parr, como Max, queria ver um teto orçamentário introduzido para criar uma estrutura de negócios mais sustentável. ​​Isso permitiria que equipes como a Williams competissem com as equipes apoiadas por montadoras.

Parr afirma que seu único pesar é não ter convencido os outros a irem longe o suficiente. “Eu não diria que sou um comunista. Estou interessado em ideias e em como você pode mudar as coisas. E eu acredito que a F1 precisa mudar. Ela não é sustentável. Nós tivemos algum sucesso com a FOTA (Associação das Equipes) e o Acordo de Restrição de Recursos, mas não fomos longe o suficiente. Isso é uma grande fonte de pesar para mim, como penso que é para o Max”, acredita.

“Eu realmente acho que o esporte precisa ser executado de forma diferente. É simplesmente errado que a HRT não tenha sido capaz de competir. Há dinheiro suficiente para isso. A F1 precisa de 12 equipes e 24 pilotos. Nós não queremos um esporte dominado por três ou quatro equipes. Isso é muito míope. O Max disse outro dia que a FIA precisa ser mais conflituosa, e eu acho que ele está certo. Jean Todt veio em uma plataforma de cortar custos e tornar as coisas mais sustentáveis. Ele deve fazer isso. Ele não pode confiar em consenso”, prosseguiu.

Tais críticas não se encontram no livro, que é mais como um diário com poucos comentários. As ilustrações (todas em preto e branco com apenas uma pitada de vermelho), representam as observações de Parr por trás dos bastidores. Mas conta muito bem a história do esporte nos últimos cinco anos, com os argumentos intermináveis ​​sobre o controle de custos, a ascensão e queda da FOTA, a luta da Williams para se recuperar (Parr certamente deve ter sua parcela de crédito pela boa temporada que se foi), as circunstâncias que levaram à sua saída, entre outros temas. “Eu gostaria de ser lembrado como alguém que fez uma contribuição”, concluiu Parr.

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