Ex-piloto critica postura da FIA contra a Rússia

Vitaly Petrov

O primeiro piloto russo da Fórmula 1 criticou a categoria por interferir nas carreiras profissionais de atletas de seu país.

No momento, como resultado da crise na Ucrânia, a federação que governa o automobilismo exige que pilotos russos assinem um documento especial e corram com uma bandeira neutra em eventos sancionados pela FIA.

Nikita Mazepin perdeu seu lugar na Haas devido à situação no início do ano passado, e agora Vitaly Petrov questionou a legitimidade de outros eventos como o Rally Dakar, que neste ano ficou sem nomes russos notáveis.

“Sem a Rússia, eu não considero um único campeonato ou título olímpico válido”, declarou Petrov, que se tornou o primeiro piloto russo na F1 em 2010 até perder seu assento no final de 2012, ao Sport-Express.

“Nós precisamos parar de ter medo do nosso povo e colocar a Rússia de volta no esporte mundial”.

Quando lhe disseram que a FIA permite que pilotos russos corram sob certas condições especiais, ele acrescentou: “Todos podem tomar sua própria decisão, mas eu não faria isso”.

“Para mim, não é aceitável. Eu não entendo toda essa besteira de algumas opiniões serem impostas para as pessoas”.

Entretanto, Petrov afirma que o lado positivo é que o automobilismo russo na verdade pode prosperar nas circunstâncias atuais.

“É claro que é triste, mas se todos os pilotos mais fortes estiverem competindo dentro da Rússia, isso aumentará bastante a competição e o nível geral”, explicou ele. “As pessoas tentarão diferentes categorias, novos carros e uma nova audiência vai aparecer”.

“Nós podemos usar a situação atual como um ímpeto para o desenvolvimento do automobilismo. Treinar os jovens a fim de orientá-los melhor para o futuro. Afinal, este isolamento não vai durar para sempre”.

“Eu compreendo que é difícil, mas ninguém deveria desistir. Eu mesmo quis competir na F1 minha vida inteira, então entendo muito bem os jovens pilotos”.

“Porém, eles têm de ser pacientes, treinar e acreditar para que todos nós estejamos prontos quando houver uma oportunidade de retornar”.