Ex-engenheiro da Red Bull explica Max x Checo em rua e em circuitos normais

Sergio Perez e Max Verstappen

O ex-engenheiro de desempenho da Red Bull, Blake Hinsey, acredita que Max Verstappen é muito bom mesmo quando se trata de encontrar velocidade e economizar seus pneus, assim como seu companheiro de equipe Sergio Perez.

Perez costuma ser chamado de ‘o economizador’ de pneus, o piloto mexicano frequentemente é capaz de fazer stints mais longos do que o resto do pelotão (assim como no Azerbaijão em relação ao próprio Verstappen) com sua reputação conquistada durante seus dias na Force India, quando uma estratégia de longo prazo rendia pontos ou até pódios.

Ele levou isso para a Red Bull, onde enfrentou o companheiro de equipe Verstappen com os dois golpes certeiros no campeonato deste ano, onde estão separados por seis pontos após os primeiros quatro fins de semana de corrida.

Mas enquanto Perez tem a reputação de ser capaz de cuidar de seus pneus, o chefe da equipe Red Bull, Helmut Marko, insiste que é algo que seus pilotos podem fazer.

“Max tornou-se gradualmente um economizador de pneus também”, disse ele na última temporada. “Nós damos a ele um determinado plano e ele o executa de maneira ideal.”

Mas isso não é apenas um elogio do austríaco ao seu piloto número um, os números provam que é verdade, diz o ex-engenheiro de desempenho Hinsey.

Falando sobre Perez e a reputação dos pneus após sua vitória em Baku, Hinsey disse ao Canal 4 da Inglaterra: “Há a narrativa de que ele é excepcionalmente bom com os pneus.”

“Acho que o mais perigoso para todas as outras equipes é que Max e Checo são insanamente bons com seus pneus. Eles têm a qualidade de que podem fazer isso, ir rápido e economizar pneus.”

“É isso, a maioria dos pilotos que você pergunta ‘precisamos que você aumente seu ritmo em dois décimos, você pode cuidar do pneu?’ Eles dizem ‘não’.

“Seja o que for sobre o carro e a combinação com esses dois caras, já vi Checo fazer isso muitas vezes e Max fazer isso algumas vezes. Ambos são monstros.”

“Mas no que exatamente ele é bom? Sim, as curvas de 90 graus de baixa velocidade eles são ótimos nisso, assumindo riscos quando eles precisam deixar margem suficiente repetidamente por voltas e voltas da maneira que você precisa fazer para se sair bem em uma corrida e classificação em circuito de rua. Os dois podem fazer isso. ”

O ex-engenheiro de desempenho, que trabalhou com os dois pilotos, explicou que em um circuito tradicional Verstappen tem “de meio a um por cento a mais de diferença” sobre Perez, mas isso é negado em circuitos de rua onde eles estão no mesmo nível.

“Uma das coisas que mais notei olhando seus dados nesta temporada e no final da temporada passada”, disse ele, “é que há muitos casos em que vi que Checo estava tentando dar uma mordida (nos freios) grande demais (em circuitos mistos) em entradas de curvas e perdendo nas saídas nas curvas de alta, média e baixa velocidade.”

“De alguma forma aquele nível de agressividade que você precisa para tirar o máximo proveito de um circuito de rua, Checo tende a ir muito bem lá.”

“E apenas olhando do ponto de vista dos números, e sim, há todos os tipos de contextos e tudo mais – bandeiras vermelhas azaradas, Max não marcando uma segunda volta em Mônaco, ficando sem combustível em Cingapura no ano passado e tal.”

“Mas se você ignorar tudo isso e apenas dizer vamos apenas olhar para os números, porque ao longo de uma temporada inteira talvez a sorte chegue até você em doses iguais.”

“Nos circuitos tradicionais, Max estava cerca de meio por cento à frente. Quer dizer, existia uma clara diferença para ele nos circuitos tradicionais, meio por cento e às vezes um por cento sobre Checo.”

“Nos circuitos de rua, não houve diferença nas voltas de classificação que eles fizeram. Obviamente, os números não mentem. Checo tende a ir bem lá, se classifica bem, lá, ele tende a correr bem lá.”

“Então acho que é um pouco de tudo, o instinto assassino, a adaptabilidade.”