Ferrari vive sob pressão e pensa apenas no curto prazo
quarta-feira, 15 de outubro de 2025 às 17:45
Rob Smedley – Ferrari
Rob Smedley afirmou que a Ferrari pensa muito no curto prazo, algo que ele jamais viu dar certo na Fórmula 1. Desde que chegou à equipe em 2004, ele presenciou tanto o auge quanto o início da queda da escuderia italiana.
A pressão constante dentro da Ferrari
Após sua chegada, Smedley viu de perto o último título de Michael Schumacher. Pouco depois, tornou-se engenheiro de corrida de Felipe Massa, vivenciando momentos intensos. Em 2008, Lewis Hamilton conquistou o título ao ultrapassar Timo Glock em Interlagos na última curva da última volta, tirando de Massa o que seria seu único campeonato. Apesar disso, a Ferrari venceu o título de construtores naquele ano, o último até hoje. Desde então, a equipe tenta repetir o sucesso, mas sem o mesmo resultado.
Atualmente, Fred Vasseur lidera a escuderia. Embora tenha renovado seu contrato recentemente, a pressão sobre ele cresce a cada corrida. Segundo Smedley, esse ambiente pode levar a Ferrari a repetir erros do passado.
O ciclo vicioso das decisões apressadas
Durante o podcast F1 Nation, Smedley explicou que, quando os resultados não vêm, a Ferrari tende a reagir de forma impulsiva. Assim, a equipe passa a pensar apenas na corrida seguinte, esquecendo o desenvolvimento a longo prazo. Ele destacou que isso cria um círculo vicioso difícil de romper.
“Não é um bom lugar para estar em Maranello quando as coisas não vão bem e não há uma saída clara”, afirmou Smedley. “A própria equipe se coloca sob pressão demais e começa a pensar apenas no imediato. Quando toda a operação se concentra em como ganhar três décimos amanhã, está tudo perdido.”
Segundo ele, esse tipo de mentalidade gera caos. “Quando a equipe passa a buscar soluções rápidas, perde o rumo e compromete o futuro”, completou.
Lições do passado e exemplos recentes
Smedley recordou o período em que a Red Bull começou a dominar, entre 2009 e 2011. Naquela época, a Ferrari tentou responder rapidamente, mas sem um plano consistente. “Estávamos sempre perto, mas pensando só em como ganhar alguns décimos amanhã. Isso nunca funciona”, disse.
Ele usou a McLaren como exemplo de evolução planejada. “Quando a McLaren se tornou competitiva em 2023, foi graças a um projeto de dois ou três anos. Esse é o tipo de visão que a Ferrari precisa adotar agora, mesmo com toda a pressão”, explicou.
Instabilidade e o desafio de Vasseur
Além do planejamento técnico, Smedley alertou para os riscos das tensões internas em Maranello. “Quando as brigas internas começam, você passa a duvidar de tudo. Pensa: ‘Esse cara está me apoiando? Aquele está contra mim?’ E, nesse momento, você se perde completamente.”
Ele finalizou dizendo que ainda acredita na força da equipe. “A Ferrari tem capacidade e talento, mas precisa parar de reagir por impulso. Vamos torcer para que consigam superar essa fase”, concluiu Smedley.
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