Equipes descartaram plano para impedir chegadas com safety car

quarta-feira, 14 de setembro de 2022 às 9:39

Safety car em Monza

As equipes de Fórmula 1 não concordaram com os planos visando impedir que as corridas terminassem atrás do safety car em meio às discussões após a controvérsia de Abu Dhabi no ano passado, segundo Andreas Seidl.

O debate cercando as regras do safety car da F1 foi reaberto no GP da Itália. A corrida não teve uma relargada depois que o carro de Daniel Ricciardo ficou parado a cinco voltas do fim.

Apesar da direção de prova ter seguido as regras ao pé da letra desta vez – ao contrário de Abu Dhabi, onde a relargada na última volta decidiu o campeonato – os fãs ficaram com um gosto amargo na boca.

Seidl, chefe da McLaren, revelou que propostas para impedir chegadas atrás do safety car foram discutidas após Abu Dhabi, mas as equipes não chegaram a um acordo.

“Depois do que aconteceu no ano passado em Abu Dhabi, houve muitas discussões entre a FIA, F1 e todas as equipes envolvidas para ver como as regras poderiam ser modificadas a fim de garantir que as corridas nunca terminassem atrás do safety car”, explicou Seidl.

“Mas apesar da FIA e F1 realmente terem pressionado todos nós a encontrar soluções, dependia das equipes, e basicamente todas elas não aceitaram mudanças porque não conseguimos concordar com nenhuma solução melhor, o que ainda é justo em termos de resultado esportivo”.

“É por isso que nós simplesmente temos de aceitar que situações como a de domingo infelizmente podem acontecer”.

Seidl disse que a FIA e F1 “tentaram ao máximo” encontrar uma maneira de mudar as regras para assegurar que as provas sempre acabassem com bandeira verde, mas as equipes ficaram preocupadas com a priorização do espetáculo sobre o aspecto esportivo.

“Nós só queremos uma solução que também seja justa no lado esportivo e não termine repentinamente em risco”, continuou Seidl. “É por isso que não conseguimos concordar com nada melhor do que sistema atual”.

“No fim das contas, nós votamos que o regulamento deveria continuar como está. Pelo que me lembro, todas as equipes votaram assim. Portanto, acho que nós encerramos o assunto”.

Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, teve uma reunião com diretores de prova e chefes de equipe na segunda-feira após Monza a fim de discutir várias questões esportivas, com as regras do safety car provavelmente sendo debatidas.

Uma possível opção para garantir que as corridas sempre terminem com bandeira verde seria incluir no regulamento uma bandeira vermelha automática se o safety car for necessário dentro de uma determinada distância para o final.

Alan Permane, diretor esportivo da Alpine, acredita que a sugestão “parece ótima”, mas inevitavelmente havia algumas “consequências indesejadas”.

“Porém, já aconteceu antes, nós fizemos em Baku no ano passado e foi bom”, comentou ele ao motorsport.com.

“Eu creio que você pode escrever isso no regulamento. Não parece uma loucura. Tenho certeza que haverá algo que não nos agrada, mas no fim das contas, nós estamos aqui para dar um espetáculo. E aquilo (Monza) claramente não foi aceitável”.

“Não é uma chegada ideal de modo algum, ninguém quer terminar atrás do safety car. É realmente deprimente para os fãs. Nós não mostramos o nosso melhor, com certeza”.

“Entretanto, talvez não seja necessário dar uma bandeira vermelha todas as vezes que houver um safety car a menos de 50 km do fim ou algo assim. Nós só precisamos acertar aqueles procedimentos do safety car e temos trabalhado para tentar torná-los mais rápidos”.

“O problema é que temos os retardatários em safety cars no final da prova. Nós tivemos discussões intermináveis sobre como melhorar a situação, e definitivamente a mudança daquele procedimento traz muitas consequências indesejadas”.

 

LS - www.autoracing.com.br

Tags
, , , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.