Equipes da F1 miniminizam rumores de boicote ao GP dos EUA

sábado, 1 de novembro de 2014 às 3:07
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Coletiva de imprensa GP dos EUA de 2014

As equipes médias da F1 que lutam com problemas financeiros minimizaram rumores de boicotarem o GP dos EUA em forma de protesto à divisão das receitas do esporte.

Com as endividadas Marussia e Caterham em concordata e ausentes de Austin, houve especulações de que outras poderiam recusar-se a correr em protesto contra o que elas veem como uma divisão injusta das premiações.

O jornal britânico Times informou em sua edição de sábado que o desespero se transformou em raiva com Lotus, Sauber e Force India discutindo a possibilidade de não correr.

“É 50% de chances de acontecer, mas e daí?,” um executivo não identificado foi citado como dizendo. “As equipes pequenas reclamaram por meses e avisaram o que ia acontecer, mas ninguém ouviu.”

O diretor da Lotus Gerard Lopez disse à Reuters que ele não sabia nada sobre esse plano, o que remete a lembranças dolorosas da farsa 2005 do GP dos EUA em Indianapolis, quando apenas seis carros participaram da corrida, depois daqueles que usavam pneus Michelin terem se retirado. Aquela foi uma corrida amplamente apontada como “um tiro no próprio pé” em um mercado chave para os patrocinadores e os fabricantes de automóveis.

“Eu só estou sabendo dessa história agora, e minha resposta é não. Não tenho a menor ideia. Eu tenho que dizer que estou um pouco surpreso”, disse Lopez. “Tive uma reunião com eles (as outras equipes) sobre a distribuição do dinheiro e assim por diante, e é isso. Eu não estou ciente disso. Eu não sei mesmo de onde isso vem”, acrescentou.

Os chefes da Force India também disseram não ter conhecimento do assunto, enquanto não havia ninguém na Sauber disponível para comentar.

No entanto Bob Fernley da Force India sugeriu que havia uma agenda em jogo, e disse que mais equipes correm o risco de quebrar, a menos que algo seja feito.

“Duas equipes já se foram e eu acho que o detentor dos direitos comerciais está confortável que pode haver 14 carros no próximo ano. Quantas equipes eles querem perder?,” disse ele à Reuters.

“Ele (Bernie Ecclestone) acha que pode haver 14 carros no próximo ano. Então a questão é, qual o propósito de estarmos dirigindo equipes consideradas fora do negócio? Que tipo de jogo é esse?”

Fernley falou depois de uma coletiva de imprensa que se prolongou por quase uma hora, onde falou-se muito sobre a crise no esporte.

Os chefes da Sauber, Lotus e Force India sentaram-se na fileira de trás, enquanto na frente deles, enfatizando a divisão no paddock, sentaram-se Eric Boullier da McLaren e Toto Wolff da Mercedes.

Ao pessoal da fila de trás foi perguntado como as receitas são divididas, em um esporte cujo volume de negócios é superior a USD 1,5 bilhões por ano, mas onde as grandes equipes ganham muito mais do que as menos bem sucedidas, mas pareceu cair em grande parte, em ouvidos surdos.

“Se você olhar para os orçamentos de Marussia e aqueles que gastam mais, seja Ferrari ou Red Bull, estamos falando de uma diferença de USD 70 a USD 250 milhões,” disse Wolff.

“Então, se você quer começar com um teto orçamentário, como você faz isso? Você faz dois terços das pessoas tornarem-se redundantes nas grandes equipes? Como isso funciona?”

Wolff disse que as equipes sempre foram e vieram na Formula 1 e que o esporte é um negócio difícil.

“Talvez a Formula 1 seja apenas um jogo diferente”, disse ele.

“Este é o auge do automobilismo e se você quiser competir no topo você precisa ter os recursos.”

AS - www.autoracing.com.br

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